Tendências e ciclos médios da velocidade do vento e complementaridade energérica em regiões próximas a empreendimentos eólicos no Nordeste do Brasil
Energia eólica. Complementaridade. Radiação global.
O Brasil, como integrante do Acordo de Paris, assumiu como responsabilidade “fortalecer a
resposta global à ameaça da mudança do clima e reforçar a sua capacidade para lidar com os
impactos decorrentes dessas mudanças”. Portanto, deve-se considerar o papel da substituição
ou diminuição de fontes energéticas poluidoras pela produção de energias renováveis, como
eólica e solar, para poder atender a esses objetivos, com foco na região Nordeste do país, que
se destaca em ambos os recursos (vento e radiação global). Com isso, torna-se também
importante os estudos de complementaridade energética, que visam a diversificação da matriz
energética local e o máximo aproveitamento das fontes. Nesse contexto, a presente pesquisa
teve por objetivo realizar a análise espacial e temporal do recurso eólico onshore no Nordeste
do Brasil (NEB) e verificar uma possível complementaridade com o recurso solar em áreas
próximas a parques eólicos que estão atualmente instalados na região. Para isso, os dados de
velocidade do vento e radiação solar global foram utilizados. Esses dados são oriundos da rede
de estações meteorológicas automáticas gerenciadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET). Eles abrangem o período de 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2018. A
amostragem temporal dos dados era de uma hora e foram selecionadas 27 localidades no NEB,
que são situados próximas a parques eólicos. Inicialmente, os dados foram submetidos ao
método da imputação múltipla, para preenchimento dos dados faltantes. Após isso, foi aplicada
a análise de cluster para realizar o agrupamento dessas localidades de acordo com seus valores
de velocidade do vento em: litoral ou interior, caracterizando então seus ciclos médio e horário.
Também foram estimadas as tendências de aumento ou de diminuição da velocidade do vento
nessa região a partir do teste de tendência linear de Mann-Kendall, na escala horária. Por fim,
para a análise de complementaridade, foram calculadas as correlações de Spearman entre as
potências de energia eólica e de energia solar entre as diferentes estações.