Figuras astrais: um olhar sobre o espaço celeste na Renascença de Albrecht Dürer (1471-1528).
Albrecht Dürer, intercâmbio cultural, espaço mítico cosmológico, imagem, gravura.
No período de 1496 até 1517, na Europa havia a circulação de ideias ligadas a uma tradição hermética mágica, astrológica partes presentes nas teorias de Marcilio Ficino (1433-1499), Pico de La Mirandola (1463-1494) e Cornelius Agrippa (1486-1535) cujas obras obtiveram certa circulação. Quando, em Nuremberg, Albrecht Dürer (1471-1528) faz algumas gravuras que de algum modo se remetem ao céu de estrelas, cometas e constelações, cogitamos uma possível influência dessas concepções de mundo em suas gravuras. De que maneira, as imagens celestes são fragmentos dessa cultura? Que tipo de espaço celeste é presente nas gravuras e qual relação o tem com o cosmos? Para propor uma resposta para essas perguntas analisaremos as gravuras O Sifilítico (1496), O Astrônomo (1500), A mulher com o zodíaco (1502), A melancolia I (1514), O hemisfério norte do globo celeste, O hemisfério sul do globo celeste (1515) e o Profeta sentado (1517). A partir das contribuições teóricas de Aby Waburg, com o intercâmbio cultural entre diferentes regiões europeias, Yi-fu Tuan e Ernest Cassirer com as concepções de espaço mítico e cosmos. Metodologicamente seguiremos as ideias de W. Mitchell, que se inserem na relação entre imagem e texto.