SONHO E CURA: O CULTO DE ASCLÉPIO EM EPIDAURO ENTRE OS SÉCULOS IV E II A. C.
espaço onírico, cura, Asclépio
Mudanças profundas marcaram a sociedade grega a partir do século IV a. C.. As diversas conquistas, guerras e epidemias alteraram drasticamente a postura do grego em relação a sua vida pública, a sua concepção de deuses e, consequentemente, a construção de seus espaços, sejam eles profanos ou sagrados. Através das fontes, percebemos que o culto do deus Asclépio se tornou bastante popular, neste contexto, sobretudo, graças à maneira peculiar que o deus se relacionava com seus devotos, através de sonhos. Sabemos que o sonho era tido, para os gregos, como um espaço de existência real, era um espaço sagrado, e poderia ser acessado nos rituais de cura de Asclépio. O nosso trabalho se propõe, deste modo, a compreender o curioso e peculiar espaço onírico, principalmente através das inscrições, das estruturas arquitetônicas do santuário e dos textos antigos que fazem referência ao contexto do período, pois entendemos que este espaço foi a condição essencial para a popularização do culto, pois colocava o indivíduo em contato direto com a divindade, numa rara proximidade entre homens e deuses admitida pelo imaginário grego até então.