Banca de QUALIFICAÇÃO: CARLOS LEANDRO COSTA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CARLOS LEANDRO COSTA SILVA
DATA : 21/08/2023
HORA: 15:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

Impactos das Mudanças Climáticas para a Invasão de Plantas na Caatinga: Projeções e Riscos Futuros


PALAVRAS-CHAVES:

Caatinga, Plantas exóticas invasoras, Mudanças climáticas, Modelagem


PÁGINAS: 50
RESUMO:

O aumento do número de plantas exóticas invasoras nos biomas, mesmo diante de fatores limitantes, como as mudanças climáticas, destaca a notável capacidade adaptativa desses organismos. É comum que, ao analisar o processo de invasão, o foco esteja no avanço singular de cada planta, negligenciando a possibilidade de múltiplos indivíduos invadirem o ecossistema. Por esse motivo, foi projetada a distribuição de 20 plantas exóticas invasoras com alto potencial de invasão no bioma Caatinga, em resposta às mudanças climáticas. Para isso, utilizou-se o algoritmo MaxEnt para modelar a distribuição potencial delas em dois cenários: um otimista (IPSL-CM6A-LR_ssp1-2.6) e outro pessimista (IPSL-CM6A-LR_ssp5-8.5), até o ano de 2100. Na modelagem, foram selecionadas 22 variáveis bioclimáticas, identificadas por meio da análise de componentes principais (PCA), aquelas que mais contribuem para a modelagem. Em seguida, criou-se um modelo de distribuição de espécies (MDE) para cada planta e, a partir desses modelos individuais, gerou-se um único MDE consensual que representa a média da invasão feita pelo conjunto das 20 espécies invasoras em cada cenário. Adicionalmente, as espécies foram agrupadas em árvores, arbustos, gramíneas e herbáceas para avaliar a distribuição potencial de cada forma de vida conforme os MDEs. A validação dos resultados da modelagem foi realizada por meio da Área sob a Curva (AUC), onde quanto mais próximo de 1, maior a confiabilidade das projeções criadas. A análise de componentes principais (PCA) identificou a "Precipitação total mensal" como a variável mais importante para a modelagem. Os modelos consensuais obtiveram AUCs acima de 0.7, indicando significância dos MDEs positiva e afastando-se da aleatória. As projeções mostram que, até o final do século 21, as regiões invadidas na Caatinga permanecerão as mesmas, abrangendo áreas nos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. As áreas com alta adequação para invasões nesses estados podem atingir até 15 km² até 2040, mas com diminuição considerável a partir desse período, chegando a cerca de 3 km² no fim do século no cenário otimista e 4 km² no pessimista. Os anos entre 2061 e 2080 podem ser aqueles com a maior quantidade de áreas adequadas para invasão pelas quatro formas de vida, embora o aumento em km² dessas áreas não seja tão expressivo. As gramíneas e herbáceas foram as únicas plantas que não apresentaram tantas perdas em km² de habitats para invadir, mesmo no cenário pessimista. Cyperusrotundus L., ImpatienswallerianaHook. f., Dodonaea viscosaJacq., Acaciamearnsii De Wild., Syzygiumcumini (L.) Skeels.,UruchloadecumbesStapf e Megathyrsus maximusJacq. são, possivelmente, as espécies com maiores chances de invadir habitats ao longo dos anos nos dois cenários estudados. A perda de áreas adequadas é tão preocupante quanto o ganho, pois levanta questionamentos sobre a sobrevivência das espécies nativas da Caatinga diante das mudanças climáticas, visto que até mesmo organismos robustos, como as exóticas invasoras, podem sofrer impacto negativo. Portanto, espera-se que as projeções desse artigo contribuam para a formulação de novos trabalhos e projetos voltados para o controle e manejo das espécies exóticas invasoras em biomas sensíveis, como a Caatinga.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1759367 - REBECCA LUNA LUCENA
Interna - ***.847.484-** - MARCELLA ARAÚJO DO AMARAL CARNEIRO - UFRN
Externo ao Programa - 1280761 - CRISTIANO PRESTRELO DE OLIVEIRA - UFRN
Notícia cadastrada em: 16/08/2023 13:19
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