Banca de QUALIFICAÇÃO: ALESSANDRA SALLES DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALESSANDRA SALLES DA SILVA
DATA : 12/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Umbuzeiro
TÍTULO:

EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM ABRIGO DE CÃES EM ÁREA ENDÊMICA DO RIO GRANDE DO NORTE


PALAVRAS-CHAVES:

Leishmaniose visceral canina; doença neotropical negligenciada; saúde pública; medicina veterinária do coletivo; abrigos de cães.


PÁGINAS: 80
RESUMO:

A leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar, é uma doença infecciosa crônica de distribuição mundial. Se não diagnosticada a tempo e tratada adequadamente, apresenta alta mortalidade. A doença acomete  parcelas mais vulneráveis  da população devido à migração do campo para a cidade e ocupações irregulares em áreas periurbanas; habitações próximas a paisagens descaracterizadas; ausência de acesso à água e a esgotos tratados; dificuldades de acesso a um sistema de saúde de qualidade, entre outros. A leishmaniose visceral (LV) é causada por um protozoário intracelular obrigatório, Leishmania infantum, e tem como vetor o flebotomíneo noturno, Lutzomyia longipalpis, um inseto de 2 a 3 mm de comprimento bem adaptado ao ambiente peridoméstico. A LV é uma zoonose e tem o cão doméstico como principal hospedeiro – uma vez que o animal está presente em espaços rurais e urbanos, ocorrem em espaços públicos e no interior de residências, como membros da família. A relação homem-cão torna-se problemática quando há excesso de populações e como consequência, excedentes de cães nos locais públicos. Este excesso pode resultar em disseminação de acidentes diversos, sofrimento e doenças, como a leishmaniose visceral canina (LVC). De fato, uma das principais formas de controle da LV é atuando diretamente sobre os reservatórios (cães) soropositivos. Em resposta e na tentativa de absorver parcela dos cães excedentes, diversos países possuem abrigos para cães, mas, no Brasil, muitos surgiram de maneira desorganizada, superlotados e com riscos de contaminação de doenças infecto-contagiosas entre os indivíduos. Esse estudo teve como objetivo geral compreender o papel dos abrigos de cães na epidemiologia da Leishmaniose Visceral Canina em áreas endêmicas por meio de correlações de variáveis no momento do resgate dos cães, variáveis no manejo sanitário dos abrigos após acolhimento dos cães resgatados, diferentes respostas diagnósticas dos cães testados para LVC residentes no abrigo estudado e levantamento entomológico dos flebotomíneos na região de modo a compreender a epidemiologia da LVC em um abrigo de cães em região endêmica da região metropolitana de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Além disso, compreender aspectos socioambientais no contexto de resgate e de acolhimento dos cães, bem como as condições físico-clínicas dos cães abrigados e seu manejo. No estudo foram utilizados diferentes métodos de diagnóstico, além da metodologia preconizada pelo Ministério da Saúde, e correlacionadas com as informações qualitativas obtidas. Os resultados do diagnóstico clínico, sorológico e molecular dos 98 cães acolhidos no abrigo revelam uma taxa elevada de infecção e doença nos animais examinados. Os sinais clínicos mais frequentes são as lesões de pele e a onicogrifose. Com menos frequência, a secreção nasal, dificuldade de locomoção e alteração neurológica. Todos os métodos usados revelaram resultados positivos. A cultura do parasito, a PCR de medula e PCR sanguíneo apresentaram detecções similares, aproximadamente 18% da amostra, diferindo somente do teste ELISA que apresentou nível mais elevado de positividade (42%).  No local foram encontrados flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis, vetor de L. infantum e outros. O presente estudo pode ser usado na implementação de um modelo mais adequado para a instalação e manutenção de abrigos para cães, além de contribuir para as diretrizes de políticas públicas e sanitárias voltadas às doenças negligenciadas, e assim, reduzir a incidência da leishmaniose visceral canina e humana.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 350500 - MARIA DE FATIMA FREIRE DE MELO XIMENES
Externo ao Programa - 2213126 - VALTER FERREIRA DE ANDRADE NETO - UFRNExterna à Instituição - MARIA DE LIMA ALVES
Notícia cadastrada em: 08/08/2022 16:52
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