CENÁRIOS FUTUROS DE RISCO DE ALAGAMENTOS NO MUNICÍPIO DE IPANGUAÇU-RN E IMPLICAÇÕES NO USO DO SOLO
Cenário de inundação; Uso e ocupação; Geoprocessamento.
Ipanguaçu, localizado na região Vale do Açu, tem como principal economia a produção de frutas tropicais através da agricultura irrigada. Esta cidade está inserida é um cenário de vulnerabilidade, pois os núcleos urbanos dos municípios encontram-se parcialmente ou totalmente inseridos na planície de inundação do rio, como consequência, ocorre os alagamentos. A população afetada por este fenômeno sofre com as perdas materiais. Eventos como alagamentos podem causar consequências danosas para setores econômicos, sociais e ambientais em várias escalas. Nesse contexto, o objetivo dessa pesquisa é avaliar cenários no balanço hídrico com inserção de riscos de alagamentos e implicações no uso do solo para o município de Ipanguaçu/RN, numa abordagem geossistêmica fazendo uso de técnicas da estatística probabilística e geoprocessamento. Para isso, a pesquisa está estruturada em quatro capítulos. No primeiro se pretende analisar a sazonalidade da precipitação, sua espacialização e variabilidade climática por técnicas estatísticas e de geoprocessamento. No segundo capítulo, se pretende identificar o padrão de uso e ocupação do solo desse município, pois existe uma relação entre o uso da terra e as consequências das inundações que está assentado sobre reflexões socioambientais e que deverão ser discutidos. No capítulo três, iremos espacializar o balanço hídrico para observar as condições disponíveis no ambiente e detectar seus limites que resultam das reservas naturais. Por fim, no capítulo quatro, faremos um mapeamento das áreas de ocorrências de alagamento no município para identificar a sua distribuição espacial. Inicialmente, nesse momento, demonstraremos os resultados do primeiro capítulo. Este, teve como metodologia o uso da distribuição de probabilidade Lognormal, diagrama ombrotérmico de Gaussen, estatística descritiva e técnicas do geoprocessamento. Os resultados demonstraram que as chuvas no município são concentradas nos meses de fevereiro a maio e caracterizam-se pela alta variabilidade interanual. A distribuição espacial da precipitação mostra um padrão de aumento do leste para oeste da bacia com valores mais baixos, da ordem de 570 mm/ano no extremo leste do município e valores mais elevados no extremo oeste do município, 650 mm/ano. Assim, se faz necessário um maior monitoramento da precipitação aliado à políticas públicas que atendam aos consequências geradas a partir da sazonalidade, espacialidade e intensidade da precipitação.