ATIVIDADE BIORREMEDIADORA DE Chromobacterium violaceum A METAIS PESADOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: AÇÕES PARA VIGILÂNCIA AMBIENTAL E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
semiárido; qualidade hídrica; metais pesados; resistência bacteriana, biorremediação, abordagem didática e Chromobacterium violaceum.
A baixa qualidade hídrica no semiárido brasileiro, em grande parte associa-se a ação antrópica, tal como o lançamento de resíduos metálicos oriundos da indústria minerada. O presente estudo objetiva comparar e discutir a evolução das pesquisas realizadas em âmbito mundial, as quais fizeram uso do potencial biorremediador da Chromobacterium violaceum a metais pesados; compreender a capacidade biorremediadora e avaliar os padrões fenotípicos de resistência em cepas selvagens e padrões (ATCC 12472) de C. violaceum diante dos metais pesados, Ferro, Zinco e Manganês, em diferentes concentrações e interações metálicas; analisar os parâmetros físico-químicos e microbiológicos do reservatório Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, situado do município de Jucurutu (região semiárida do Rio Grande do Norte - RN); verificar a abordagem da temática biorremediação em livros didáticos do ensino fundamental e médio indicados pelo PNLD 2014 e 2012, respectivamente, assim como desenvolver um produto didático direcionado à contextualização da interface conhecimento técnico-científico e meio ambiente. A revisão sistemática foi limitada a trabalhos publicados entre 2001 e 2014, utilizando-se dos bancos de dados LILACS, PubMed e SciELO. A avaliação da resistência de C. violaceum aos metais pesados ocorreu em concentrações decrescentes de Fe, Mn e Zn, durante intervalos de 24, 48 e 72 horas por planejamento fatorial completo 23; o isolamento e a identificação microbiológica foram realizados conforme metodologia preconizada pelo Standard Methods for Examinations of Water and Wastewater; a avaliação da capacidade biorremediadora de C. violaceum por espectrofotometria de absorção atômica (EAA), enquanto que a análise das unidades de registro a partir da adaptação da metodologia de análise de conteúdo de Bardin (2004). A biolixiviação foi a técnica mais discutida; o ouro o substrato biorremediado mais citado e a cianetação o mecanismo fenotípico prevalente. Mecanismos genéticos foram citados em 29,4% das publicações e entre as proteínas transcritas por C. violaceum 18,3% eram ditas hipotéticas. Ambas as cepas de C. violaceum apresentaram resistência aos metais testes em diferentes escalas de concentrações, interações e intervalos de exposição. No entanto aquelas selvagens apresentaram uma resposta de fase aguda mais eficiente comparadas às padrões, sobretudo para as concentrações de 80 a 480 g/100ml x 10-3. A análise físico-química da água revelou parâmetros aceitáveis, conforme a resolução vigente, exceto para o ponto 5, no que tange a análise do pH, nesse ponto ocorreu o isolamento da C. violaceum, cuja capacidade biorremediadora aos elementos Fe, Mn e Zn mostrou-se mais eficiente quanto às cepas ATCC. Todos os livros didáticos analisados, embora tenham sido recomendados pelo PNLD, apresentaram carências quanto à temática biorremediação, fazendo-se necessário o desenvolvimento de materiais didáticos que visem suprir tal abordagem. Os dados avaliados demonstram a fundamental importância da C. violaceum como microorganismo biorremediador de metais pesados e evidencia a importância do monitoramento ambiental, desenvolvimento e aplicação da biorremediação em ambientes impactados, bem como destaca a necessidade da reformulação da interface educação ambiental e biotecnologia, com a finalidade de possibilitar ao docente e ao estudante de ensino médio e fundamental uma reflexão mais crítica sobre as relações que envolvem a poluição ambiental e as possíveis ferramentas mitigadoras dessa problemática.