Biblioteca do corpo: movimentos iniciantes e horizontes possíveis para inclusão de obras de dança em acervos institucionais
Grupo de Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Espetáculos de dança. Arquivo de dança. Acervo de dança. Dança e memória.
Esta dissertação objetiva refletir acerca do processo de criação de um acervo de dança na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a partir do vasto entendimento de que a dança é uma área do conhecimento inserida na Universidade, propomos o início de uma memória para a dança. Apresenta os trabalhos coreográficos do Grupo de Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (GDUFRN) como obras artísticas de dança resultantes de pesquisas corporais, laboratórios e estudos do corpo, realizados pelos seus componentes. Entende os espetáculos do GDUFRN como patrimônios artístico-culturais merecedores de preservação e divulgação, ao longo de trinta anos de existência, via projeto de extensão universitária. Parte do mais recente trabalho do GDUFRN – “(Des)Caminhos” – como espetáculo potencial a ser estudado e disponibilizado no sistema Acervus da UFRN. Discorre sobre a filosofia e a memória da dança, destacando seus entendimentos e diferenças para evidenciar o que é possível guardar desta arte efêmera. Considera a histórica preocupação da preservação das performances artísticas das artes da cena em contraste ao que é possível arquivar em dança. Evidencia a urgência da construção de um acervo de dança embasada por políticas culturais nacionais e institucionais. Por meio dos relatos dos bailarinos-intérpretes-criadores do GDUFRN e demais materiais vinculados ao acontecimento, utilizando como fio condutor a metodologia fenomenológica-existencialista de Merleau-Ponty, por entender o corpo como portador de conhecimento e a dança como um fenômeno entrelaçado à experiência do sujeito em seu tempo, no qual somos também objetos. Como resultado, são evidenciados os pontos de acesso e características específicas para que a dança ocupe os acervos, concluindo que existe um caminho possível para o início da memória da dança na UFRN, por meio de um arquivo vivo e interligado, vinculado à Universidade.