Banca de DEFESA: PEDRO ZURVÂINO PALMEIRA MELO ROSA DE MORAES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PEDRO ZURVÂINO PALMEIRA MELO ROSA DE MORAES
DATA: 29/05/2012
HORA: 09:00
LOCAL: Anfiteatro das Aves
TÍTULO:

Detecção de predadores por dicromatas e tricromatas humanos e a sua implicação na evolução da visão de cores em primatas.


PALAVRAS-CHAVES:

Risco de predação, evolução humana, Catarrhini, Platyrrhini, ecologia visual, daltonismo.


PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Dentre os mamíferos placentários, os primatas são os únicos a apresentarem uma visão de cores tricromata. Contudo, a distribuição da tricromacia dentre os primatas não é homogênea: primatas do Velho Mundo apresentam uma tricromacia uniforme (com todos os indivíduos sendo tricromatas) e primatas do Novo Mundo apresentam um polimorfismo de visão de cores (com machos dicromatas e fêmeas dicromatas ou tricromatas). Estudos em ecologia visual têm investigado que pressões seletivas podem ter sido responsáveis pela evolução da tricromacia em primatas, divergindo do padrão dicromata encontrado nos demais mamíferos. Pistas associadas ao forrageio e ao contexto sócio-reprodutivo foram analisadas, indicando uma vantagem tricromata na detecção rápida de objetos visualmente conspícuos no ambiente. Entretanto, dicromatas são caracterizados pela captura eficiente de estímulos crípticos e camuflados. Estas vantagens relativas aos fenótipos podem ser responsáveis pela manutenção do polimorfismo visual em primatas do Novo Mundo e pelo alto índice de daltonismo em humanos (que pode chegar a 8% em homens caucasianos). Um importante fator que ainda não foi levado experimentalmente em conta é o risco de predação e o seu efeito na evolução da tricromacia em primatas. Para responder esta pergunta, nós preparamos e editamos fotografias de animais com pelagens distintas: gatos-do-mato (Leopardus spp.), puma (Puma concolor) e furão (Galictis cuja). Os exemplares estavam taxidermizados e as fotografias foram capturadas em três diferentes cenários de vegetação (mata fechada, cerrado e campo aberto). As imagens dos predadores foram manipuladas para que eles se encaixassem em duas categorias de tamanho de estímulo (pequenos ou grandes). Após a calibração das cores e edição das fotos, estas foram apresentadas a 40 humanos (20 dicromatas e 20 tricromatas) por um programa de computador, o qual apresentava um conjunto de quatro fotos por vez (uma foto contendo o animal taxidermizado em meio à vegetação de fundo e outras três contendo apenas a vegetação de fundo) e registrava a latência de resposta e a taxa de acerto dos sujeitos. Os resultados apontam uma vantagem tricromata na detecção de potenciais predadores. A detecção dos predadores foi influenciada pelo cenário de fundo, pelo tipo de predador, pela sua dimensão e pelo fenótipo visual do observador. Como os humanos apresentam uma elevada taxa de discromatopsias, quando comparados com populações selvagens de outros Catarrhini ou mesmo populações humanas tribais, é possível que o aumento no índice de dicromatas seja resultado de um relaxamento na pressão de detecção rápida de predadores. Uma vez que nossa espécie passou a viver em grupos mais coesos e resistentes aos ataques de predadores, com o advento da agropecuária e a formação de vilas, é possível que o menor risco de predação tenha relaxado a seleção a favor de tricromatas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1476621 - DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
Interno - 347579 - MARIA EMILIA YAMAMOTO
Notícia cadastrada em: 09/05/2012 15:19
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