Aplicação aguda de d-LSD melhora o desempenho cognitivo nas tarefas de reconhecimento de objeto e condicionamento aversivo
Psicodélicos; Memória; Aprendizado; Envelhecimento; Ansiedade
Os processos de envelhecimento acarretam em decaimento cognitivo evidenciado pelo déficit em memória de trabalho, em atenção e em resolução de problemas. Essas mudanças são causadas por uma longa lista de processos fisiológicos, incluindo menores taxa de plasticidade, diminuição de arborização e de espinhas dendríticas. Pesquisas mostram que a aplicação de psicodélicos clássicos, agonistas de receptores de serotonina 2A, como ácido lisérgico dietilamida (d-LSD), psilocibina, ayahuasca, 5-MeO-DMT podem causar alterações na função cerebral que persistem por muito tempo após os efeitos agudos, além de induzirem expressão gênica relacionada à plasticidade sináptica e promoverem plasticidade neural funcional e estrutural. Assim, o objetivo desse projeto é investigar se diferentes doses agudas do agonista de serotonina d-LSD em animais de diferentes idades, jovens (2-3 meses), adultos (8-10 meses) e velhos (12-18 meses) podem modular a longo prazo (7 ou 14 dias) o desempenho cognitivo de ratos Wistars nas tarefas de reconhecimento de objetos (TRO). Avaliamos também se o d-LSD pode modular o desempenho de animais adultos nas tarefas de condicionamento aversivo (TCA) e no labirinto em cruz elevado (LCE). Nós encontramos que o d-LSD sozinho aumenta a taxa de exploração do objeto novo na TRO nos animais jovens e adultos. O d-LSD sozinho não recuperou o desempenho nos animais velhos, porém quando o d-LSD foi combinado com enriquecimento ambiental houve uma recuperação cognitiva nos animais velhos. Ratos adultos também apresentaram maiores taxas de freezing na TCA e maior entrada nos braços abertos do LCE. Dessa forma, nosso resultados mostram que o d-LSD aparenta modular de forma positiva memória e aprendizados nas tarefas analisadas, enquanto ao mesmo tempo diminui os níveis de ansiedade desses animais. Ainda, o d-LSD tem potencial para causar recuperação cognitiva em animais velhos.