Banca de DEFESA: RAISSA NOBREGA DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAISSA NOBREGA DE ALMEIDA
DATA : 18/01/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala Darwin
TÍTULO:

Modulação sérica do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) pela Ayahuasca: contribuições para a Depressão Maior


PALAVRAS-CHAVES:

Ayahuasca, antidepressivo, BDNF, biomarcador, cortisol, psicodélicos, tratamento-resistente, depressão.


PÁGINAS: 107
RESUMO:

A Depressão Maior (DM) atinge cerca de 300 milhões de pessoas de todas as faixas etárias, totalizando 5% da população mundial. Projeções americanas propõem uma incidência cumulativa de DM de 13,6% entre os homens e 36,1% entre as mulheres, com idades entre 12 e 17 anos. Além disso, 30% a 40% dos pacientes não respondem ao tratamento. Recentemente, um ensaio clínico (EC) duplo cego, randomizado placebo-controlado, mostrou que a ayahuasca, chá psicodélico de origem amazônica, induziu rápidos efeitos antidepressivos em pacientes com DM resistente ao tratamento. Uma resposta clínica foi observada 24 horas após a sua administração, com efeitos estatisticamente diferente do placebo 7 dias após a dose. A fim de melhor compreender a ação antidepressiva da ayahuasca, esse estudo investigou os níveis séricos do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF: Brain-Derived Neurotrophic Factor) na mesma amostra desse EC, voluntários controle saudáveis (H= 20; M= 25) e pacientes com DM (H= 7; M= 21), antes e 48 horas (D2) após ingestão de uma dose única de ayahuasca (AYA) ou placebo (PLA), a fim de relacionar possíveis alterações do BDNF com os sintomas depressivos e o cortisol plasmático. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica do Hospital Universitário Onofre Lopes (processo nº 579.479) e registrada como ensaio clínico nº NCT02914769. Todas as coletas de sangue foram realizadas por volta das 07:00 horas da manhã a fim de evitar variações circadianas. Antes da administração da AYA/PLA, encontramos níveis séricos de BDNF semelhantes entre os pacientes (P) e controles (C). Porém, detectamos níveis mais baixos de BDNF em um subgrupo de voluntários (P e C) que apresentavam hipocortisolemia (n= 31), com relação aqueles com eucortisolemia (n= 38). Além disso, uma correlação negativa entre o BDNF e o cortisol foi observada nos voluntários com eucortisolemia. Após o tratamento (D2) observamos maiores concentrações de BDNF nos voluntários (P e C) que ingeriram a AYA (n = 35) quando comparados ao PLA (n = 34). Além disso, apenas os pacientes tratados com AYA (n= 14), e não com PLA (n= 14), apresentaram uma correlação negativa significativa entre os níveis séricos de BDNF e os sintomas depressivos, aferidos pela Escala de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS). Poucos EC avaliaram os níveis séricos de BDNF de pacientes em resposta a tratamentos com antidepressivos e seus resultados não são conclusivos. Este é o primeiro EC duplo cego, randomizado placebo-controlado, a investigar a relação do BDNF e a resposta clínica em pacientes com depressão, após tratamento com um psicodélico que apresenta potencial antidepressivo. Observamos uma relação entre o BDNF e o cortisol que corrobora a literatura vigente. Além disso, os resultados sugerem uma ligação entre os efeitos antidepressivos induzidos pela ayahuasca e o BDNF sérico. Assim, esse estudo contribui com uma visão emergente do uso de drogas psicodélicas no tratamento da DM resistente a tratamento, assim como da relação entre o BDNF e o efeito antidepressivo induzido pelos fármacos para tratamento da DM.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JAIME EDUARDO CECILIO HALLAK - USP
Interno - 2998660 - MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
Presidente - 1718518 - NICOLE LEITE GALVAO COELHO
Notícia cadastrada em: 10/01/2019 12:07
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