Banca de DEFESA: FLÁVIA SANTOS DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FLÁVIA SANTOS DA SILVA
DATA : 05/07/2017
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de Aula da Pós-Graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

Estudos pré-clinicos dos compostos ativos da Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis em modelo animal de depressão juvenil, Callithrix jacchus (sagui)


PALAVRAS-CHAVES:

Modelo animal translacional; Primata não-humano; Neuroendocrinologia; Depressão juvenil; Substâncias psicodélicas.


PÁGINAS: 82
RESUMO:
A Depressão Maior (DM) é um distúrbio de humor de alcance mundial, atingindo aproximadamente 300 milhões de pessoas e capaz de induzir prejuízos psicológicos, sociais e fisiológicos, que podem em alguns casos, levar à morte por suicídio. 14 % dos jovens entre 15-18 anos apresentam DM, o que desperta atenção e preocupação, já que esta fase constitui um período ontogenético de grandes modificações cerebrais que perduram por toda a vida. Atualmente, o tratamento antidepressivo mais empregado em todas as faixas etárias é o farmacológico, e embora as novas classes de antidepressivos sejam mais específicas em sua ação, ainda apresentam efeitos colaterais consideráveis, demoram até duas semanas para iniciar os efeitos terapêuticos desejados e induzem baixa taxa de remissão. Sendo assim, há a necessidade de se buscar novos tratamentos farmacológicos para DM, nesse cenário algumas substâncias psicodélicas serotoninérgicas vêm sendo testadas. O chá de ayahuasca, tradicional da Amazônia, tem particularmente chamado a atenção por seus efeitos positivos na saúde, tanto na população geral de usuários quanto em pacientes com transtornos de humor e viciados em drogas de abuso. Para testar a ação antidepressiva aguda da ayahuasca utilizamos o Callithrix jacchus, um primata não-humano que já vem sendo considerado um importante modelo em estudos biomédicos, inclusive de desordens mentais, pois apresenta maior proximidade filogenética aos humanos, possui um etograma bem definido, técnicas não invasivas para medição de cortisol em fezes, boa adaptação em cativeiro e alta taxa de fecundidade. Entretanto, inicialmente foi necessário proceder com a validação da espécie como modelo translacional de depressão juvenil. Para isso foi utilizando o protocolo de isolamento social crônico que induziu um estado fisiológico e comportamental característico de depressão em machos e fêmeas juvenis de C. jacchus, o qual foi em grande parte revertido pelo tratamento com um antidepressivo clássico, a nortriptilina (7 dias). Esse estudo e seus respectivos resultados estão descritos no artigo I intitulado “Common marmosets: A translational animal model of juvenile depression”. Em seguida, testamos o potencial antidepressivo agudo do chá de ayahuasca, no modelo translacional previamente validado, e comparamos sua eficácia com a nortriptilina e um placebo (salina). Assim, originou-se o artigo II intitulado “Acute effect of Ayahuasca tea on hormonal and behavioral parameters in common marmosets, as juvenile non-human primate model of depression”. Observamos que ambos os tratamentos (ayahuasca e nortriptilina) induziram melhoras em parte dos sintomas depressivos, que não foram observados com o placebo. Contudo, o chá de ayahuasca apresentou resultados antidepressivos mais eficazes que a nortriptilina, uma vez que iniciou a reversão dos sintomas mais rapidamente, de maneira mais ajustada e duradoura. Ambos os estudos aqui apresentados são de grande relevância para área, uma vez que de maneira inédita um modelo translacional atendeu a todos os critérios de validação, tanto os tradicionais, como; o etiológico, de face, funcional e preditivo, quanto os critérios mais recentes: o inter-relacional, evolutivo e populacional, possibilitando assim a sua utilização em áreas complementares de investigações. Adicionalmente, foi apresentado não apenas ações antidepressivas aguda do chá da ayahuasca, mais também ações mais eficazes quando comparado com um antidepressivo clássico, nortriptilina, corroborando assim no processo de validação desta substância como antidepressivo, estimulando novas investigações farmacologicas, que possibilitem a consolidação do chá como antidepressivo, uma vez que ela não tem demonstrado tolerancia à doses, nem efeitos colaterias de longo prazo em usuários recreacionais.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1696755 - BRUNO LOBAO SOARES
Externo à Instituição - MARÍLIA BARROS - UnB
Presidente - 1718518 - NICOLE LEITE GALVAO COELHO
Notícia cadastrada em: 19/06/2017 09:54
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