Efeitos da senescência no Folheto Intergeniculado do Tálamo de ratos: Considerações morfológicas e neuroquímicas.
Folheto Intergeniculado, Envelhecimento, Ritmos Biológicos, Projeção Retiniana, Imunoistoquímica.
O sistema de temporização circadiana (STC) é responsável pela geração e sincronização dos ritmos circadianos que são oscilações endógenas manifestadas pelos seres vivos para a maioria das funções e comportamentos, com período em torno de 24 horas. Esse sistema, em roedores, é composto por estruturas neurais interligadas como o núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo, o folheto intergeniculado (FIG) do tálamo, vias sincronizadoras e efetores comportamentais. O NSQ tem sido descrito como o principal marca-passo circadiano em diversas espécies de mamíferos enquanto que o FIG parece estar envolvido na integração de informações fóticas e não-fóticas retransmitindo-as ao NSQ. O STC, como um todo, permite que o organismo tenha uma organização temporal interna ordenada, o que propicia a execução adequada dos mecanismos fisiológicos e comportamentais trazendo homeostasia para o organismo. No entanto, essa estabilidade é perturbada com o avanço da idade trazendo inúmeros transtornos patológicos que vão desde a perda de funções fisiológicas simples à diminuição no desempenho cognitivo, sendo assim fundamental a compreensão dos efeitos da senescência sobre os componentes deste sistema. Tendo isso em vista, é proposto nesse trabalho um estudo para verificar se há mudanças neuroquímicas e citoarquitetônicas no FIG com o envelhecimento e suas possíveis implicações morfofuncionais. Para isso ratos que passaram por procedimentos experimentais a fim de verificar as características do FIG em animais idosos e de meia-idade comparando-os com animais jovens, bem como o padrão de marcação retiniana nessa estrutura através de técnicas imunoistoquímicas, e injeção intraocular de traçadores neuronais. Até o presente momento fizemos coloração de Nissl e imunoistoquímica para NPY e GFAP. Observamos uma perda celular em animais de meia-idade e idosos na marcação de Nissl e NPY. Além disso, vimos um aumento de GFAP em animais de meia-idade quando comparados a jovens e idosos. Esses achados indicam neurodegeneração dessa estrutura com a idade e lançam bases para um melhor entendimento da função circadiana das células gliais.