Banca de QUALIFICAÇÃO: KATHIANE DOS SANTOS SANTANA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KATHIANE DOS SANTOS SANTANA
DATA: 11/08/2014
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Aula da Pós-Graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

A CAFEÍNA COMO AGENTE MODULADOR NO CICLO ATIVIDADE-REPOUSO E MEMÓRIA EM SAGUIS (Callithrix jacchus)


PALAVRAS-CHAVES:

Cafeína, sono, memória, sensor baseado em giroscópio, sagui-comum.


PÁGINAS: 77
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

A cafeína é descrita como a substância psicoativa mais utilizada no mundo, e é sabido também que quando ingerida ao longo do dia, possui efeitos na melhoria da atenção, humor, memória e alerta tanto em humanos quanto modelos animais. Porém nosso interesse foi investigar a ingestão da cafeína próxima ao horário de sono, e como este uso, diferente dos horários propostos na maioria dos estudos, acarreta em alguma falha ou prejuízo no sono e/ou memória. Portanto, o principal objetivo do trabalho é avaliar o efeito da cafeína na memória, e se este efeito é dependente de alterações do ciclo de atividade-repouso, em saguis-comuns (Calithrix jacchus). Para este estudo utilizamos 16 saguis adultos (10 fêmeas e 6 machos), os quais foram mantidos individualmente, em condições laboratoriais, com ciclo claro-escuro 12:12 h, e as luzes ascendendo as 6:30 h (CEUA UFRN n°: 047/2010). Para registro do ciclo atividade-repouso utilizamos dois tipos de sensores. O primeiro sensor baseado em giroscópio coleta dados a cada 30 segundos, o qual é fixado na caixa ninho do animal e possui capacidade de registrar o mínimo de movimentação exercida pelo animal, sendo este inédito dispositivo proposto em nosso estudo como capaz de averiguar, principalmente, atividade noturna, que é comum a estes animais. Já o segundo sensor é o de infravermelho, que é fixado acima da gaiola do animal e coleta dados a cada 5 minutos. Pelo fato de não possuir a capacidade de registro dentro da caixa ninho, este sensor não é bom suficiente para registo do ciclo de atividade-repouso, nem atividade noturna. Ainda utilizamos vídeo para registro contínuo da fase repouso para um animal, e assim podermos comparar o quão bom e válido é o sistema baseado em giroscópio em relação ao vídeo. Para a tarefa cognitiva, utilizamos o teste de preferência condicionada pelo lugar, onde todas as sessões foram gravadas, e que contou com cinco fases: dois dias de habituação ao aparato. Treinos, onde os saguis foram condicionados a discriminar um contexto reforçado (CR) de um não-reforçado (CNR) durante 8 dias. Em seguida houve administração oral da cafeína ou placebo, ambos a 10mg/kg, por oito dias consecutivos (± 1 hora antes do início do sono), com distribuição dos animais em grupos: placebo (recebendo a substância placebo) e repetido (ingerindo cafeína). Após isso, foi realizado o retreino ao aparato, seguido da administração da substância placebo (surgindo o grupo placebo) ou cafeína (surgindo os grupos contínuo e agudo). Por último, o dia do teste, sem o reforço, a fim de avaliar o sujeito quanto à aprendizagem ao CR. As sessões no aparato duravam 8 min, e iniciavam às 7:00 h para as habituações, treinos e teste. O retreino começou às 15:15 h para que a consolidação da tarefa fosse dependente de sono. Como resultados observamos que para a primeira maneira de validação dos sensores baseados em giroscópio, que foi em relação ao registro pelas câmeras, temos uma coincidência em ambos os métodos de 68,57% do registro de atividade locomotora noturna. A segunda maneira de validar o novo dispositivo foi por meio de comparação da atividade locomotora registrada pelos sensores de infravermelho, onde temos que as curvas de atividade locomotora para ambos os sensores se assemelharam quanto ao padrão de distribuição. Quando averiguamos o efeito da cafeína no ritmo de atividade-repouso para os grupos placebo, agudo e contínuo, utilizando os sensores baseado em giroscópio e de infravermelho, temos que nos dois casos a maioria diferenças existentes foram encontradas intra-grupo. Além disso, somente os sensores baseados em giroscópio foram capazes de detectar atividade locomotora noturna para os três grupos. Para os dados referentes à aprendizagem dos saguis à tarefa cognitiva de preferência condicionada e o efeito da cafeína na evocação da memória destes animais, temos que os mesmos estão em fase final de análise. Assim como conclusões preliminares, temos que a ingestão de cafeína quando administrada num período antecedente ao sono em saguis, apesar de para algumas variáveis nós não termos encontrados diferenças entre os grupos, quando analisamos cada um deles individualmente essas diferenças existem.  Além disso, o sensor baseado em giroscópio foi muito mais sensível na detecção de movimento do que o sensor de infravermelho, pois foi capaz de coletar atividade noturna, bem como registrar o efeito que a cafeína exerceu nesta movimentação noturna. Portanto o uso deste dispositivo, não invasivo, promove maiores aspectos éticos ao experimento em questão, o que permite os saguis exibirem seu comportamento, dentro das condições laboratoriais, o mais natural possível.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CRHISTIANE ANDRESSA DA SILVA - UFPB
Presidente - 1216466 - JOHN FONTENELE ARAUJO
Externo ao Programa - 2998660 - MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
Notícia cadastrada em: 04/08/2014 13:21
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa14-producao.info.ufrn.br.sigaa14-producao