ESTUDO DAS INTERAÇÕES PSICOAFETIVAS, DOS ESTADOS DE HUMOR E DA SENSIBILIDADE DOLOROSA EM MULHERES COM FIBROMIALGIA.
Fibromialgia, dor, depressão, ansiedade, afeto, apoio social.
A fibromialgia (FM) é uma síndrome reumática não inflamatória, de etiologia desconhecida, apresentando sintomas de dor musculoesquelética difusa e presença de sítios anatômicos específicos dolorosos à palpação, denominados tender points. Dentre os sintomas frequentemente associados estão fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, alterações na percepção da dor, ansiedade e depressão. Existe na FM uma correlação entre os sintomas físicos e comportamentais que influenciam negativamente na qualidade de vida dos pacientes. As habilidades emocionais aparecem como fatores importantes por estarem relacionadas com o mecanismo de bem estar subjetivo pessoal, produtividade, interação social e de relacionamento interpessoal. Nesse estudo objetivou-se descrever as interações psicossociais, estados de humor e sensibilidade dolorosa em mulheres com FM apresentando possíveis associações entre a percepção de apoio social e afetividade com os sintomas de dor, funcionalidade, ansiedade e depressão. Objetivo-se também, descrever a representação corporal virtual da dor em mulheres com FM. Através de um estudo exploratório descritivo transversal, foi composta uma amostra de conveniência de 63 mulheres com FM e 42 mulheres saudáveis como grupo controle (CT), com faixa etária de 20 a 76 anos, recrutadas mediante demanda espontânea no setor de Fisioterapia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN e na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Potiguar (UNP). Foi aplicado o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ), Inventário de Depressão de Beck (IDB), Escala de Apoio Social (MOS), Escala de Ansiedade de Hamilton e Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS). A seguir foi realizada a avaliação da dor através da algometria de pressão. Para a análise dos dados, foram utilizados testes paramétricos e não paramétricos e de análise de variância. Foi encontrada diferença significativa quanto ao limiar e tolerância à dor, funcionalidade, depressão, ansiedade, apoio social e afetividade positiva e negativa. Os estados afetivos e o apoio social apresentaram associação com ansiedade, depressão e funcionalidade. A representação corporal da dor apresentou maior sensibilidade nos músculos trapézio e supraespinhal e na região da segunda costela. A razão de se estudar a FM integrando os aspectos sensoriais, psicoafetivos e sociais ampliam os horizontes para investigação científica e clínica dessa síndrome. Mulheres com FM apresentam estados de humor e sensibilidade à dor alterados, percepção de menor apoio social e expressam disfunções de afetividade.