Banca de DEFESA: MARIANNE DA CRUZ MOURA DANTAS DE REZENDE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIANNE DA CRUZ MOURA DANTAS DE REZENDE
DATA : 27/02/2018
HORA: 09:00
LOCAL: Sala Multimeios I
TÍTULO:

INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS VIVENCIADAS POR CRIANÇAS DE 1 E 2 ANOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


PALAVRAS-CHAVES:

Educação Infantil; Crianças bem pequenas; Interações; Brincadeira


PÁGINAS: 245
RESUMO:

A presente pesquisa objetivou analisar modos como crianças bem pequenas – com um e dois anos de idade - vivenciam interações e brincadeiras na Educação Infantil. Com aporte nas concepções da abordagem histórico-cultural de L. S. Vigotski e da psicologia dialética de H. Wallon, compreendemos que é nas/pelas interações sociais que as crianças se constituem como sujeitos humanos mediante a apropriação da cultura em percursos mediados social e simbolicamente. Nesse processo, a brincadeira consiste em uma das formas específicas infantis de interação-relação e significação do mundo sociocultural. Essa concepção é assumida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, 2009) ao propor, como eixos estruturantes das práticas pedagógicas-curriculares destinadas às crianças, as interações e a brincadeira. Essa proposição constitui um desafio às instituições e profissionais no que concerne, principalmente, aos bebês e às crianças bem pequenas, foco desse estudo, no sentido de compreender de que modos essas crianças interagem e brincam? Consideramos as interações como relações-ações de afetação recíproca entre sujeitos envolvendo suas múltiplas dimensões, e a brincadeira como prática cultural e linguagem fundamental das crianças em sua relação com o meio sociocultural mediante vivência e produção de sentidos marcados pela fantasia, imaginação e ludicidade. Como aporte metodológico assumimos, dentro de uma abordagem qualitativa: princípios propostos por L.S.Vigotski (2007) e por M. Bakhtin (2003, 2009) para a pesquisa sobre processos humanos-sociais; aspectos do paradigma indiciário de Ginzburg (1989) e da pesquisa etnográfica. A construção de dados empíricos envolveu, como procedimentos, a observação de tipo não participativo com registro em diário de campo e em videogravação e entrevistas de tipo semi-estruturado. O estudo teve, como lócus, um Centro Municipal de Educação Infantil de Natal, RN e, como sujeitos, um grupo de 19 crianças com um e dois anos de idade entre os anos de 2015 e 2016 - inicialmente como Berçário II e, em 2016, como turma de Nível I – e as profissionais responsáveis pelo grupo nos dois anos – três professoras e quatro estagiárias. A análise dos dados realizada mediante o entrecruzamento dos registros produzidos com o aporte teórico-metodológico nos possibilitou constatar que as crianças bem pequenas – dentro de seus limites e (im)possibilidades – vivenciam interações e brincadeiras no contexto das instituições em diferentes condições e modos, que organizamos a partir dos “modos como elas participam” das situações: Interações: 1. Interações por iniciativa da(s) professora(s); 2. Interações por iniciativa das crianças; Brincadeiras: 1. A brincadeira por iniciativa das crianças sem a permissão dos adultos; 2. A brincadeira por iniciativa das crianças com a permissão dos adultos; 3. A brincadeira por iniciativa das crianças propiciada pelos adultos; 4. A brincadeira por iniciativa dos adultos e assumida pelas crianças. Nosso estudo possibilitou construir uma resposta à nossa questão de partida e corroborar nosso pressuposto: as crianças bem pequenas vivenciam, cotidianamente, em condições diversas, por vezes adversas, interações e brincadeiras, em situações das quais participam em posições diferentes no movimento das relações. Observamos que as interações são sempre mediadas por linguagem, ao mesmo tempo que são mediadoras da constituição de “linguagens”. As crianças bem pequenas (inter)agem com/sobre as outras e com/sobre os adultos por meio, tanto da oralidade – ainda que em produções bem iniciais – como por olhares, expressões, gestos, movimentos, choros, entre outras manifestações que assumem o caráter de meio de comunicação. Nessas situações, destacamos o restrito papel das professoras como parceiras e mediadoras nas (inter)ações das crianças. Quanto à vivência de brincadeira, registramos que, tanto a frequência, quanto a significação das situações vivenciadas revelam a ausência de mediação intencional das professoras. Esses resultados revelam um distanciamento entre o discurso produzido – em teorizações e orientações pedagógicas, inclusive oficiais, que delas se desdobram – e as práticas desenvolvidas; e apontam para a necessidade de investimento permanente na formação de profissionais que atuam com crianças, em especial as bem pequenas, por suas necessidades específicas de maior intervenção-assistência, bem como de reestruturação de práticas de instituições de Educação Infantil, considerando sua finalidade social, na perspectiva do (re)conhecimento do lugar das interações e da brincadeira na constituição das crianças como sujeitos, e do papel essencial dos profissionais como mediadores das condições a serem propiciadas às crianças para que possam ter uma educação de qualidade a que têm direito.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ADELAIDE ALVES DIAS - UFPB
Interno - 1801922 - ALESSANDRA CARDOZO DE FREITAS
Interno - 2621064 - CYNARA TEIXEIRA RIBEIRO
Presidente - 6347805 - DENISE MARIA DE CARVALHO LOPES
Interno - 1672888 - MARIANGELA MOMO
Externo à Instituição - ROSIMEIRE COSTA DE ANDRADE CRUZ - UFC
Externo à Instituição - SILVIA HELENA VIEIRA CRUZ - UFC
Notícia cadastrada em: 21/02/2018 09:00
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