O CORPO COMO TELA TEMÁTICA NOS CINEMAS DE PETER GREENAWAY E LARS VON TRIER
Lars Von Trier; Peter Greenaway; cinema tátil; imaginário; fenomenologia do corpo.
O presente texto de qualificação de tese resulta da observação e reflexão linguístico-filosófica sobre a proposta de cinematografia dos diretores Peter Greenaway e Lars Von Trier a partir de dois filmes de cada um: A última tempestade(1991) e O livro de Cabeceira (1996), de Greenaway; e DogVille (2003) e Manderlay(2005), de Von Trier. Pressupõe-se que esses filmes e diretores são expressivos de um cinema que rompe com a mera contemplação estética e se configura como cinema tátil, que solicita ao espectador um envolvimento para dentro da cena. A ideia de cinema tátil está fundamentada em Steven Shaviro (2015) e na fenomenologia do corpo por meio da compreensão de corpo, percepção e sensação em Merleau-Ponty (2011). Pretende-se, dessa maneira, abordar o cinema como uma área de conhecimento que permite o exercício de uma sociologia da imagem poética e do imaginário, conforme a abordagem de Edgar Morin (2014). O cinema representa um texto da cultura e pode, portanto, ser compreendido e problematizado como um tema de estudo sociológico em que a imagem deixa de ser apenas superfície e religa-se a ideias, práticas de representação, modos de percepção, sensações e corporeidades.