FICÇÃO IDENTITÁRIA E O CORPO (RE) FEITO: UMA ANÁLISE DO DISPOSITIVO DA INTERSEXUALIDADE
Intersexo. Dispositivo. Sexo. Gênero. Corpo.
A pesquisa tem como objetivo problematizar e analisar as práticas discursivas e dispositivos que envolvem a intersexualidade. Dessa maneira, pretendemos refletir como os intersexos, aparecem como desmonte da ficção biológica binária instaurada nos corpos “ditos” masculinos e femininos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, sócio-antropológica, na qual o método etnográfico considera a tradição malinowskiana (1976) e abarca a proposta etnográfica polifônica de James Clifford (1998) que extrapola as dicotomias pesquisador-pesquisado, possibilitando vozes que reverberam em um diálogo. Procuraremos atravessar os discursos que regulam e esquartejam os corpos intersexos na pretensão de (re) criar um sexo em congruência com o gênero, visto que tanto o saber médico quanto o jurídico leem sexo e gênero como destinos únicos. A pesquisa se ancora nos estudos queer para pensar sexo e gênero como categorias significadas a partir da cultura. Autores com Mauro Cabral (2005), Aníbal Guimarães e Heloísa Helena Barboza (2014), Paula Sandrine Machado (2005), entre outros corroboraram para refletir as trasvalorações do corpo intersexuado. Com isso pretendemos fornecer uma reflexão crítica e sociológica sobre a experiência intersexual.