HABITUS E PRÁTICA DOCENTE NAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I EM PARNAMIRIM-RN
Habitus; prática docente; Ensino Fundamental I; Representações Sociais.
A noção de habitus, desenvolvida por Pierre Bourdieu, e a relação que ela estabelece com a prática docente e vice-versa compõem a análise aqui empreendida. Naturalmente, conceitos como campo, capital e poder simbólico, igualmente elaborados por ele ao longo de suas pesquisas sociológicas, representam ferramentas importantes nesse trabalho de investigação sobre os componentes que constituem a prática professoral. Assim, buscamos enfocar as ações que caracterizam essa prática e que tem no habitus seu mecanismo desencadeante, ou seja, um dispositivo que não apenas produz as ações, mas também se modifica a partir delas. Com base nessa perspectiva, portanto, estamos utilizando como recurso metodológico o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e seu software (QualiQuantsoft), que visam compreender a forma como determinada coletividade pensa a respeito das questões que lhe afligem. Além disso, empreendemos durante o trabalho de campo a técnica da observação participante, como instrumento de captação de algumas nuances que permeiam o ambiente escolar. Nossa proposta foi observar em que circunstâncias as condições objetivas vivenciadas pelas professoras no interior das escolas do Ensino Fundamental I, em Parnamirim-RN, tendem a entrar em conflito com as disposições incorporadas por elas em seus cotidianos. Dito de outra maneira, significa que nem sempre a prática professoral consegue conciliar aquilo que havia sido previamente prescrito e, dessa forma, consensualmente aceito, com a maneira de perceber, avaliar e agir de cada um. Embora costumeiramente passe despercebida, essa desarmonia é muito mais frequente do que se imagina. Uma prova disso são os olhares questionadores fortuitamente direcionados àqueles que não conseguem adequar-se de imediato às normatizações impostas pelo Sistema de Ensino (SE).