Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA KAROLINY ALVES DE MEDEIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA KAROLINY ALVES DE MEDEIROS
DATA : 25/08/2023
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência https://www.youtube.com/@ppggufrn
TÍTULO:

Estratigrafia de sequências e isotópica do Cretáceo Superior das bacias de Barreirinhas e do Pará-Maranhão, Margem Equatorial Brasileira


PALAVRAS-CHAVES:

Margem Equatorial Brasileira, Bacia de Barreirinhas, Bacia do Pará-Maranhão, Cretáceo Superior, Estratigrafia isotópica.


PÁGINAS: 40
RESUMO:

A Margem Equatorial Brasileira (MEB) compreende uma região de nova fronteira exploratória de hidrocarbonetos. O conhecimento detalhado de sua evolução, processos tectônicos e fatiamento estratigráfico, embora ainda pouco desenvolvido, é fundamental para a determinação de seu potencial petrolífero. Nesse contexto, a presente pesquisa objetiva elaborar uma paleoreconstituição da fatia de tempo correspondente ao Cretáceo Superior das Bacias de Barreirinhas e Pará-Maranhão, localizadas e inseridas no contexto tectono-estratigráfico da MEB. Para isso, foram utilizados resultados de análises isotópicas com ênfase em isótopos estáveis de Carbono e Oxigênio, suportados pela interpretação estratigráfica de dados de poços (1D) e de levantamentos sísmicos 2D e 3D. A integração desses dados no estudo da evolução da MEB é relevante pois a estratigrafia isotópica (subárea da Quimioestratigrafia) é um método de análise estratigráfica caracterizado por apresentar boa sensibilidade às variações paleoambientais, mostrando-se aplicável diante de possíveis falhas, ausências e/ou limitações dos métodos convencionais. A análise do Cretáceo Superior no dado 1D integrada à análise sísmica permitiu a individualização de 5 sequências deposicionais compondo este intervalo. A primeira, denominada de Sequência D1, inicia na Discordância do Break-up e vai até a Discordância do Cenomaniano, podendo ser subdividida em duas outras sequências de maior ordem, D1A e D1B. A Sequência mais basal (D1) é caracterizada por apresentar assinatura isotópica compatível com períodos de mais alta produtividade orgânica, temperaturas mais quentes e menor potencial de preservação da matéria orgânica. A Sequência D2, mais jovem, vai da Discordância do Cenomaniano até a Discordância do Turoniano, destacando-se das demais por apresentar a assinatura isotópica mais positiva dentre todo o intervalo de estudo. É nesta sequência que se encontram as amostras com resultados mais enriquecidos no isótopo pesado e, portanto, apresenta um possível maior potencial de preservação da matéria orgânica. Ainda na Sequência D2, em aproximadamente 1.050m, interpreta-se o provável evento anóxico mais importante dessa fatia de tempo. Tal qual o evento anóxico global reconhecido e mapeado por Jenkyns (2010), esse evento ocorre justamente entre o fim do Cenomaniano e início do Turoniano, denominando-se OAE-2 (Oceanic Anoxic Event-2). Portanto, pode-se concluir que dentro da sequência D2 ocorre uma expressiva Superfície de Máxima Inundação Marinha (SIM), bem marcada e identificada no dado 1D com auxílio da curva de variação da razão isotópica δ13C ‰ (V-PDB) nos folhelhos. Litoestratigraficamente, esse intervalo corresponde ainda à deposição da Formação Travosas, representada por folhelhos com intercalação de arenitos da Formação Areinhas, o que pode corroborar, portanto, a um intervalo mais favorável a rochas reservatório principalmente na forma de depósitos turbidíticos. A sequência seguinte, denominada D3, ocorre da Discordância do Turoniano à Discordância do Campaniano. Caracteriza-se por apresentar comportamento isotópico compatível com excursões negativas de δ13C ‰ (V-PDB) na base da sequência, que vão variando em direção ao topo até tornarem-se valores mais enriquecidos. Dessa forma, é em direção ao topo que essa sequência começa a apresentar melhor tendência de preservação da matéria orgânica, onde também se consegue identificar outra importante SIM. Indo da Discordância do Campaniano até a Discordância do Maastrichtiano, a Sequência D4 mantém a tendência da Sequência D3 de aumento no potencial de preservação da matéria orgânica progressivamente em direção ao seu limite superior, tornando-se mais positiva, e encerrando com uma queda nesses valores. Por fim, a Sequência Deposicional D5 marca a passagem do Período Cretáceo para o Paleógeno, apresentando assinatura isotópica compatível com queda na produtividade orgânica e no potencial de preservação da matéria orgânica, seguido de resfriamento das temperaturas como um reflexo das variações globais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149363 - VALERIA CENTURION CORDOBA
Externo ao Programa - 1755591 - CARLOS CESAR NASCIMENTO DA SILVA - UFRNExterna ao Programa - 277437 - MARCELA MARQUES VIEIRA - UFRNExterna à Instituição - LILIANE RABELO CRUZ - PETROBRAS
Notícia cadastrada em: 18/08/2023 13:32
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