Banca de QUALIFICAÇÃO: REBECA SEABRA DE LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : REBECA SEABRA DE LIMA
DATA : 12/08/2019
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório do CCET
TÍTULO:

Comportamento do Sistema Conduto-Selo de Rochas Carbonáticas Estratificadas em Cavernas da Formação Salitre, Bacia de Irecê (BA)


PALAVRAS-CHAVES:

Cavernas, Conduto-Selo, Carbonato, Análogo


PÁGINAS: 53
RESUMO:

O estudo de cavernas apresentado neste trabalho abrange diferentes etapas de desenvolvimento. A fase inicial da pesquisa refere-se a caracterização das heterogeneidades do sistema conduto-selo através da elaboração de um arcabouço tectono-estratigráfico das cavernas estudadas, Gruta do Ioiô e da Lapinha. No segundo estágio serão interpretados os processos de dissolução responsáveis pela formação da porosidade principal associada os dutos, por meio da interpretação dos eventos diagenéticos encontrados nessas camadas. No terceiro e último estágio será avaliado se o sistema conduto-selo identificado nessas cavernas pode ou não representar um potencial análogo a reservatórios reais. Neste último caso, será analisado como essas cavernas podem contribuir para o estudo de rochas reservatórios e quais as características inerentes ao sistema que podem ser consideradas análogas a essas rochas. Estas informações são importantes, principalmente, para a predição de reservatórios em rochas carbonáticas carstificadas. As grutas do Ioiô e da Lapinha são compostas por rochas carbonáticas neoproterozoicas da Formação Salitre, localizada na Bacia de Irecê, Nordeste do Brasil. No primeiro momento, foram levantadas seções colunares em alguns sites na região interna dessas grutas e, com o auxílio de cenas de LiDAR, foi possível elaborar perfis estratigráficos com a disposição das camadas descritas nas paredes das galerias. Foram confeccionadas seções delgadas dessas camadas, além de plugs das porções basais e das porções mais próximas ao teto das cavernas, com o objetivo de identificar valores de porosidade e permeabilidade característicos dessas camadas. Os resultados preliminares mostram que na Gruta do Ioiô os carbonatos da base (essencialmente dolomíticos) apresentam valores de porosidade e permeabilidade mais altos em relação as rochas próximas aos tetos. Os dolomitos encontram-se intercaladas com camadas milimétricas de siltito que vão se espessando em direção ao topo das seções. O estudo petrográfico mostra que os níveis mais ricos em silte são compostos por uma assembleia mineralógica tipicamente siliciclástica (quartzo, biotita, feldspato, etc), mas que eventualmente podem conter dolomitização associada, presentes em zonas de intensa estilolitização. Os dados permo-porosos encontrados nas rochas próximas ao teto das cavernas são praticamente nulos, apesar de ser possível observar em escala microscópica porosidade do tipo estilólito, ainda que rara, correspondente ao evento de dissolução resultado do processo de estilolitização. No dolomito basal, aqui denominado de conduto, a porosidade é essencialmente vugular e de fratura. A presença de minerais opacos (pirita e/ou limonita) mostram a incidência de fluido secundário enriquecido em ferro, o que justifica a presença de calcita e dolomita ferrífera. A Gruta da Lapinha apresenta o mesmo padrão litológico, apesar de que nas regiões de topo da caverna a presença do siltito é menos expressiva, o que justifica os valores de porosidade e permeabilidade não serem tão baixos como na Gruta do Ioiô.  Na Gruta da Lapinha ocorrem as mesmas feições da Gruta do Ioiô, mas principalmente nos pacotes dolomíticos próximos ao teto da galeria. Neste último caso nas regiões de teto, especialmente no ponto onde foi levantada a sucessão vertical, não ocorre a camada selante, diferentemente da outra caverna. Nas próximas etapas desta pesquisa serão realizadas análises químicas para uma melhor definição do arcabouço mineralógico, da sequência diagenética e dos processos de dissolução associados a formação do carste. Também será utilizada a geofísica rasa (GPR) para o imageamento de subsuperfície, contribuindo para a elaboração de um modelo geológico mais detalhado. Outras cavernas também serão estudadas, como a Gruta da Paixão, Gruta da Torrinha e/ou Gruta do Calixto, com o objetivo de identificar padrões litológicos, petrológicos e petrofísicos associados ao sistema conduto-selo identificados nessas cavernas


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1161652 - FRANCISCO PINHEIRO LIMA FILHO
Externa à Instituição - Augusto Sarreiro Auler
Externa à Instituição - JANE NOBRE LOPES - UFRJ
Notícia cadastrada em: 12/08/2019 11:27
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