Banca de DEFESA: PRISCILLA MOURA ROLIM MADEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRISCILLA MOURA ROLIM MADEIRA
DATA : 10/02/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Jucá - Centro de Biociências/ UFRN
TÍTULO:

Agregação de valor ao resíduo de melão: avaliação de atividade antioxidante, antiproliferativa, potencial prebiótico e produção de enzima


PALAVRAS-CHAVES:

melão, resíduo, antioxidantes, câncer, fermentação, enzimas.


PÁGINAS: 242
RESUMO:

A utilização de resíduos do processamento de alimentos é uma estratégia para contribuir com a redução de desperdício e agregar valor a novos produtos. O melão é uma fruta consumida no mundo inteiro, destacando o Brasil, especialmente a região Nordeste. Seu elevado consumo acompanha grandes quantidades de resíduos, como cascas e sementes. O objetivo desta tese foi agregar valor a cascas e sementes de melão (Cucumis melo var. reticulatus) evidenciando suas propriedades nutricionais, capacidade antioxidante, efeito anti-tumoral, propriedades prebióticas e seu potencial para produção de enzimas. Foram elaboradas farinhas de casca e semente de melão utilizando planejamento experimental 22 para avaliar os fatores tempo e temperatura de secagem e as respostas umidade, atividade de água e rendimento das farinhas. Para caracterização das farinhas foram realizadas análises de composição centesimal (umidade, cinzas, proteínas, lipídeos, fibra alimentar), frações fibrosas de celulose, hemicelulose, lignina e pectina. As farinhas foram avaliadas quanto as suas propriedades prebióticas in vitro utilizando Bifidobacterium lactis em fermentação submersa e tolerância aos sais biliares. Também foi avaliado o potencial das farinhas na produção de celulases em fermentação semi-sólida utilizando fungo Aspergillus oryzae. Para realização das análises de poder antioxidante e antiproliferativo, foram preparados extratos aquosos, hidrometanólico e hidroetanólico das farinhas, caracterizados quanto à composição de monossacarídeos, análise de açúcares totais e proteínas. Para avaliação antioxidante foram determinados os compostos fenólicos totais, flavonóides totais, carotenóides totais e taninos. Foi realizada avaliação fitoquímica dos extratos por meio da Cromatografia em Camada Delgada. A avaliação da capacidade antioxidante foi verificada por meio dos seguintes testes in vitro: capacidade antioxidante total, poder redutor, quelação de metais ferro e cobre, seqüestro dos radicais DPPH, hidroxila e superóxido, e avaliação da capacidade de absorção dos radicais oxigenados. A atividade antiproliferativa foi avaliada utilizando as linhagens de células tumorais (SiHa, HeLa, 786-0 e HT29) por meio do teste colorimétrico de avaliação de viabilidade celular. Os resultados encontrados para o planejamento experimental da secagem dos resíduos demonstraram que o fator temperatura influenciou significativamente a resposta rendimento das farinhas, sendo o ensaio de 80 ºC por 24 h o que apresentou melhor rendimento. Dados apontaram que as farinhas da casca e semente de melão possuem características nutricionais importantes à alimentação humana, com destaque para o conteúdo de fibra alimentar (51,75% para semente; 40,57% para casca), proteínas (22% para semente; 18% para casca) e lipídios (24% para semente). Os resíduos podem ser caracterizados como material celulósico, com valores de 35% de celulose para semente de melão e 19% para casca. Foram detectados satisfatórios percentuais de pectina, sendo 28,96% para semente e 32,65% para casca de melão. Quanto ao potencial prebiótico das farinhas, observou-se que o padrão utilizado fruto-oligossacarídeo apresentou crescimento de bifidobactéria de 12 LogUFCmL-1, após 12 horas de fermentação, e a farinha da semente de melão promoveu o crescimento bifidobacteriano alcançando 9,9 LogUFCmL-1, após 8 horas de cultivo, indicando propriedades prebióticas, com tolerância à ação de sais biliares por até 8 horas de fermentação. A farinha da casca de melão não proporcionou crescimento de bifidobactéria. As farinhas de casca e semente de melão demonstraram ser um bom substrato para produção de enzimas. A melhor atividade de CMCase (1,045 U / g) foi verificada em seis dias de fermentação e FPase (0,190 U / g) após 96 h de cultivo com meio contendo as farinhas de casca e semente. A análise fitoquímica dos extratos indicou a presença de compostos característicos de fenólicos, terpenos e saponinas. Compostos fenólicos totais em extratos aquosos, hidrometanólicos, e hidroetanólicos da farinha do resíduo de melão foram quantificados e expressos em equivalentes de ácido gálico, destacando os extratos da casca (1,016 mg 100g-1). Carotenóides totais, flavonóides totais e taninos também foram detectados nos extratos dos resíduos de melão, com destaque para 96 µg de carotenóides totais por grama de casca de melão, 491 µg de equivalentes de catequinas e 309 µg de equivalentes de catequinas em 100 g de extrato seco da casca de melão. Os testes para avaliação da atividade antioxidante revelaram que todos os extratos de casca e semente de melão apresentam capacidade antioxidante. No teste de capacidade antioxidante total (expresso como equivalente em ácido ascórbico, os extratos hidroetanólico e metanólico para casca e semente apresentaram valores de 89, 74 e 83 mg /g, respectivamente. Foi verificada elevada capacidade de seqüestro de radical hidroxila para extratos hidroetanólico (50,56%) e metanólico (67,7%) para casca de melão. Ensaios de poder redutor e habilidade de quelação dos metais cobrem e ferro apresentaram dados relevantes, tanto para casca quanto para semente de melão, demonstrando um excelente potencial antioxidante. O extrato aquoso da casca demonstrou habilidade de quelação in vitro de íons cobre (84%) e quelação de íons ferro (61%). Atividade de seqüestro do radical DPPH foi significativa somente para os extratos da casca de melão (29,5%). Valores de ORAC foram importantes principalmente para os extratos etanólico e metanólico dos resíduos, com destaque para o extrato hidroetanólico da semente (22 mmol de Trolox em 100 g de extrato seco).  O teste de viabilidade celular, possibilitou observar que os extratos foram capazes de diminuir significativamente a viabilidade das células cancerígenas HeLa, SiHa e 786-0. O extratos aquoso da semente na concentração 1,0 mg/mL inibiu a proliferação de células SiHa em 80% e o extrato hidroetanólico da casca (0,25 mg/ mL ) inibiu em 80% a viabilidade de células HeLa. Para as células de tumor renal humano (786-0) todos os extratos na concentração de 1,0 mg/mL inibiram a proliferação celular em mais de 50%. Os extratos avaliados não apresentaram atividade significativa de inibição da viabilidade de células HT29.  Todos os extratos da casca e semente de melão inibiram fracamente a proliferação de fibroblastos normais 3t3 (25% de inibição). Conclui-se que cascas e sementes de melão possuem potencial antioxidante in vitro e efeitos antiproliferativos em células tumorais. Farinhas de casca e semente de melão podem ser substratos para produção de enzimas celulolíticas, além de que a farinha da semente apresentou indicação prebiótica in vitro.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA LÚCIA FIGUEIREDO PORTO - UFRPE
Externo à Instituição - FRANCISCO CANINDE DE SOUSA JUNIOR - UFRN
Presidente - 347401 - GORETE RIBEIRO DE MACEDO
Externo ao Programa - 1674112 - RENATA ALEXANDRA MOREIRA DAS NEVES
Externo à Instituição - SAMARA ALVACHIAN CARDOSO ANDRADE - UFPE
Notícia cadastrada em: 30/01/2017 13:47
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa09-producao.info.ufrn.br.sigaa09-producao