Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIEL PEREIRA FIDELIS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIEL PEREIRA FIDELIS
DATA : 04/10/2019
HORA: 14:00
LOCAL: MDM - Escola Multicampi de Ciências Médicas Do Rio Grande Do Norte – UFRN - Caicó
TÍTULO:

Polissacarídeos sulfatados extraídos da alga Dictyota mertensii protegem células pré-osteobásticas do estresse oxidativo e induzem a diferenciação óssea

PALAVRAS-CHAVES:

Atividade antioxidante, fucoidan, osteogênese, osteoporose

PÁGINAS: 107
RESUMO:

Alguns compostos antioxidantes são capazes de reduzir os níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) e os efeitos deletérios destas em osteoblastos, evitando assim um desequilíbrio na homeostase do tecido ósseo, uma vez que danos nos osteoblastos levam a uma fragilidade óssea. Fucanas e fucoidans são polissacarídeos ricos em L-fucose sulfatada encontrados principalmente em algas marinhas marrons. Atribui-se a esse grupo de polissacarídeos atividades farmacológicas como anticoagulante, anti-tumoral, antioxidante, dentre outros. Considerando seu caráter antioxidante, bem como a abundância de diferentes espécies de macroalgas na costa brasileira, o presente estudo tem como objetivo avaliar o potencial antioxidante e osteogênico de frações ricas em fucoidan da macroalga marrom Dictyota mertensii – alga tropical facilmente encontrada no litoral potiguar – através da análise da influencia desses compostos em células pré-osteoblástica, de osteossarcoma e tronco-mesênquimais. Através da precipitação com volumes crescentes de acetona, foi obtido da alga D. mertensii 6 frações ricas em fucoidan (FRFs): F03, F0.5, F0.7, F1.0, F1.5 e F2.1. A presença de fucoidans foi confirmada por meio de análises físico-químicas. Com exceção da F0.3, que só apresentou atividade relevante no ensaio de capacidade antioxidante total, com as demais frações foi constatado atividades antioxidantes in vitro na maioria dos ensaios avaliados. No caso da atividade de sequestro de radical hidroxila e íons superóxido nenhuma das FRFs apresentou atividade acima de 50% nas concentrações estudadas. Da mesma forma, quando as células pré-osteoblásticas MC3T3-E1 foram expostas a um indutor do estresse oxidativo (H2O2) e tratadas com as FRFs, observou-se no ensaio de redução do MTT que, com exceção da F0.3, as demais FRFs tiveram efeito protetor, com destaque para F0.7, F1.5 e F2.1. Foi observado que a atividade das caspase-3, caspase-9, superóxido dismutase (SOD), bem como um marcador da atividade osteoblástica – a fosfatase alcalina (ALP) foram afetadas na presença de H2O2. Por outro lado, quando as células foram expostas a FRFs (X mg a xc mg) as suas enzimas tiveram atividade semelhante a aquela observada com as enzimas das células não expostas ao H2O2, com destaque a F0.7, F1.5 e F2.1. Para avaliar a atividade osteogênica das FRFs, células de osteossarcoma (MG-63) e células mesênquimais humanas (Msc) foram tratadas com as FRFs e sua viabilidade foi avaliada pelo ensaio de redução do MTT. Conforme averiguado, as FRFs estudadas não são tóxicas às células MG-63 e as Msc quando testadas em até 0,1 mg/mL. Quando as Msc foram expostas as FRFs por 21 dias observou-se que estas foram induzidas a se diferenciarem, o que foi comprovado por técnicas de citoquímica. No caso, mostrado o aumento da marcação de colágeno e fosfatase alcalina. O destaque foram F0.7 e F1.5. Esses dados indicam uma possível diferenciação das Msc a osteoblastos. O que foi confirmado pela microscopia eletrônica de varredura (Mev) e espectrometria por dispersão de raio X (EDS). Os resultados descritos nesta pesquisa indicam que as frações F0.7 e F1.5 obtidas da alga D. mertensii apresentam função antioxidante, bem como potencial osteogênico. Purificação e a análise de seus mecanismos de ação devem ser investigados futuramente para um melhor compreensão da ação desses fucoidans.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 3060683 - LEONARDO THIAGO DUARTE BARRETO NOBRE
Presidente - 2832746 - MONIQUE GABRIELA DAS CHAGAS FAUSTINO ALVES
Interno - 2962496 - RAFAEL BARROS GOMES DA CAMARA