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Banca de DEFESA: PAULO GOMES DE ALMEIDA FILHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PAULO GOMES DE ALMEIDA FILHO
DATA : 18/12/2020
HORA: 14:30
LOCAL: REMOTO
TÍTULO:

 

PERÍCIA E MORAL:

UM ESTUDO SOBRE TECNOLOGIA CULTURAL A PARTIR DE COLETIVOS DE PESCA ARTESANAL E INDUSTRIAL DO RN


PALAVRAS-CHAVES:

Coletivos Pesqueiros, Processos técnicos, Relações humano-animal. 


PÁGINAS: 275
RESUMO:

O mar é o palco de uma das relações mais complexas da experiência humana; o encontro possível através da pesca entre homens e seres marinhos. Diferentemente da oposição estabelecida entre sociedade e natureza pelos saberes instituídos em nossa tradição intelectual, o mar é um espaço onde homens, artefatos técnicos e animais formam um coletivo. A partir da experiência empírica junto aos coletivos de pesca artesanal, percebeu-se a existência da metáfora nativa jogo, cujo conteúdo expressa um sistema de relações que compreende a tríade humano-técnica-animal, operacionalizada através do domínio de um conjunto de técnicas de pesca e do respeito à regra para a predação (o uso de técnicas que não eliminem totalmente as possibilidades de “vitória” do ser marinho). Dessa forma, Jogar com o peixe expressa o reconhecimento da capacidade de agência e percepção dos animais marinhos, representando uma ruptura com a oposição entre sujeito-objeto. Saber jogar para os pescadores artesanais estudados significa operacionalizar, concomitante ao que chamei etnograficamente de perícia-técnica e moral-técnica, algo que confere ao pescador prestígio social em seu agrupamento. Contudo, a vivência compartilhada com os interlocutores e a análise dessa experiência mostraram que os processos técnicos suscitam e engendram relações específicas com o meio e os outros seres; por exemplo, a crença dos pescadores artesanais de Caiçara do Norte (munícipio localizado no litoral norte do Rio Grande do Norte) de que e os pescadores industriais não jogam com peixe, confirmam a validade desse argumento. Nesse sentido, também empreendeu-se um estudo etnográfico sobre o coletivo de pesca industrial de Natal – RN, com atenção especial aos seus processos laborais, com a finalidade de entender a maneira como a perícia e a moral são acionadas também nesse segmento social. Pelo exposto, o objetivo deste estudo foi descrever e analisar, a partir de uma perspectiva antropológica, os processos técnicos empregados nas duas modalidades de pesca com a finalidade de compreender os aspectos mais gerais da relação entre humanos, coisas e animais no segmento. Para cumprir o objetivo, investiu-se no engajamento nos processos técnicos de ambos os segmentos como método de pesquisa, e em uma abordagem etnográfica que leva em consideração a convivência e a cooperação entre animais humanos e não humanos. Concluiu-se neste estudo que as formas de associação ecológica entre humanos e seres marinhos são mediadas e transformadas pelas escolhas técnicas em cada uma das pescas, gerando configurações perceptivas sobre o ambiente específicas em cada caso.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1219932 - FRANCISCA DE SOUZA MILLER
Interno - 1337383 - JOSE GLEBSON VIEIRA
Interna - 1149572 - LISABETE CORADINI
Interna - 1360691 - RITA DE CASSIA MARIA NEVES
Externo à Instituição - JOSÉ COLAÇO DIAS NETO - UFF
Externo à Instituição - CRISTIANO WELLINGTON NOBERTO RAMALHO - UFPE
Notícia cadastrada em: 07/12/2020 09:01
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