Banca de DEFESA: TATHYANNA KELLY DE MACEDO FURTADO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TATHYANNA KELLY DE MACEDO FURTADO
DATA : 27/02/2018
HORA: 15:10
LOCAL: Auditório do LAI
TÍTULO:

ANÁLISE ERGONÔMICA DA FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA DE UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: UMA PROPOSTA DE PREVENÇÃO DE LER/DORT


PALAVRAS-CHAVES:

Prevenção. Estudantes. Fisioterapia. Formação. Ergonomia. LER-DORT


PÁGINAS: 130
RESUMO:

O fisioterapeuta é relatado em vários estudos como uma profissão com alta prevalência de Lesão por Esforço Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER-DORT). O início do contato dos fisioterapeutas com os fatores que podem propiciar o desenvolvimento de LER-DORT se dá durante sua formação, quando ainda aluno de Fisioterapia. Ainda na fase de aprendizagem profissional, os estudantes adotam constantes posturas e esforços biomecânicos inadequados, transferência e elevação manual de pacientes, posturas estáticas, esforços bruscos entre outros, gerando desconfortos, dores e lesões musculoesqueléticas. Como o principal instrumento de trabalho do fisioterapeuta é o seu próprio corpo, uma lesão pode forçá-lo a ter que trabalhar com dores, ter que mudar os modos operatórios, restringir a variedade de condutas clínicas e, consequentemente, antecipar a interrupção da carreira profissional.  Esta pesquisa visa analisar a atividade de formação dos estudantes universitários de fisioterapia, que realizam estágio profissional, e elaborar diretrizes para prevenir LER-DORTs. Tomou-se como referência metodológica a Análise Ergonômica do Trabalho. Para tanto, realizaram-se as análises documentais relativas ao Projeto Político Pedagógico do Curso (PPC) de fisioterapia, à grade curricular, ao plano de curso e às ementas de disciplinas em busca de evidências de políticas, diretrizes e previsão de abordagens de conteúdos e de práticas profissionais relativas à prevenção de LER-DORT. Também foram realizadas entrevistas com os alunos, professores e coordenação, registros fotográficos do aluno em atendimento e da infraestrutura dos locais de atendimento. Verificou-se que o PPC do curso de fisoterapia em foco possuía a disciplina de Saúde do Trabalhador apenas formalmente porque, na realidade, não se ofertava nenhuma disciplina específica sobre Saúde do Trabalhador, Ergonomia ou Saúde Ocupacional. Também não foi encontrado no PPC nenhum conteúdo programático relativo à prevenção de LER-DORT e ao auto-cuidado, direcionado para a saúde ocupacional dos próprios estudantes. Os alunos relataram que não receberam nenhuma aula específica de prevenção de LER-DORT, de auto-cuidado, de ergonomia, de saúde e segurança ocupacional, nem temas afins. Contudo, as orientações de auto-cuidado que receberam dos professores foram de forma diluída em disciplinas como Aplicada de Reumatologia, Aplicada de Ortopedia e Recursos Terapêuticos Manuais. As orientações que os alunos relataram ter recebido nessas disciplinas consistiam em: corrigir altura da maca, usar melhor alavanca de força, ter cuidado na flexão e rotação da coluna e no manuseio de carga. Os alunos obtiam conhecimento de prevenção de LER-DORT apenas para o paciente e, espontaneamente, percebiam que podiam transferir esse conhecimento, adquirido em outro contexto, na gestão do seu auto-cuidado. Entretanto, a maioria dos alunos entrevistados alegaram que não conseguiam colocar em prática, na sua rotina acadêmica, as mesmas orientações de prevenção de LER-DORT, que seriam aplicadas em seus pacientes, devido à carga de estudo e ao cansaço após os atendimentos. Observou-se, também, que os critérios organizacionais e biomecânicos, considerados pelos professores, para a distribuição de pacientes a serem atendidos pelos respectivos alunos, não eram totalmente transparentes. A especialidade de estágio profissional, citada pelos alunos entrevistados, em que apresentaram maior queixa de dor, foi a de neurologia, por causa, principalmente, das ações de transferências, de um local para outro, dos pacientes dependentes e pesados. Estas ações eram, por vezes, realizadas individualmente e sem a utilização de auxílio mecânico. Não se verificaram orientações dos professores, nem conteúdos programáticos nos estágios, voltados para a prevenção de LER-DORT dos alunos. Observou-se que o curso não oferece disciplinas, nem conteúdos programáticos, nem realiza práticas acadêmicas, que dão formação e propiciam ao aluno situações preventivas de LER-DORT e de auto-cuidado. E, também, que há uma grande incidência de relatos de dores entre os estudantes pesquisados do último ano do curso de fisioterapia e que a inexistência de um plano de prevenção de LER-DORT nestes alunos poderá fazer com que eles reproduzam as condutas patogênicas durante a vida profissional e se lesionem e/ou se incapacitem precocemente. Recomenda-se, portanto, a inclusão de uma disciplina ou de conteúdos transversais em todas as disciplinas, que propicie aos alunos o conhecimento sobre as possíveis causas do surgimento e agravamento de LER-DORT, a importância de prevenção e as possíveis medidas de prevenção e a relação desta abordagem com a eficiência do ato fisioterapêutico e, consequentemente, com os resultados do tratamento do paciente tratado pelo aluno.  Isto possibilita que o aluno em formação profissional passe a atuar com melhor eficiência, saúde e segurança, integradamente. E que, na sua vida profissional, estes conhecimentos e boas práticas sejam assimiladas, evitando, assim um mau efeito-espelho herdado da incompleta formação universitária.  


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIA CHRISTINE WERBA SALDANHA - UFPB
Externo à Instituição - MARIO CESAR RODRIGUEZ VIDAL - UFRJ
Presidente - 1217772 - RICARDO JOSE MATOS DE CARVALHO
Externo ao Programa - 2173436 - TULIO OLIVEIRA DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 27/02/2018 08:38
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