APROPRIAÇÃO EM MOVIMENTO: DO MUTIRÃO HABITACIONAL AO COTIDIANO DO ASSENTAMENTO MARIA DA PAZ
MST, apropriação do habitat, trabalho coletivo, assessoria técnica, troca de saberes.
Este trabalho tem como objetivo geral investigar o habitat do assentamento Maria da Paz, que foi concebido e construído coletivamente, de forma a compreender suas possibilidades de apropriação. Localizado no município de João Câmara – RN, o assentamento foi construído entre 2003 e 2004 através do mutirão assistido, sendo esse momento resultado da parceria entre o MST, INCRA e o GERAH (UFRN). Após quase duas décadas de sua construção coletiva, surge a seguinte questão problema: de que forma o habitat do assentamento Maria da Paz foi apropriado pelo seu grupo de moradores? A pesquisa tem como objeto de estudo a relação entre a concepção e construção coletiva (MST, GERAH e assentados) do assentamento e a atual apropriação desses espaços. Esta pesquisa foi desenvolvida a partir do método O Desenho do Possível, criado pela arquiteta e urbanista Amadja Borges, que utiliza o método de análise de discurso desenvolvido pelo Instituto [francês] de Sociologia Urbana (ISU) através de entrevistas abertas; o método regressivo-progressivo, criado por Marx e desenvolvido para a produção do espaço, por Henri Lefebvre e a troca de saberes, seguindo os ensinamentos do educador Paulo Freire. Esta pesquisa foi baseada na seguinte hipótese para a questão problema: no habitat do assentamento Maria da Paz, os aspectos coletivos do momento da sua concepção e construção continuam sendo sustentados no desenho do espaço apropriado ao longo do tempo.