Impactos econômicos e desempenho energético de alternativas arquitetônicas em um projeto padrão de creche pública no clima de Natal/RN
Eficiência Energética; Viabilidade Econômica; Obra pública.
Estima-se que o potencial de conservação de energia em prédios novos pode atingir 50% (PROCEL, 2015). Diversos estudos realizados para o clima de Natal-RN reforçam essa tendência e têm demonstrando um vasto potencial de redução do consumo energético em edifícios, além de identificar a significativa influência das características arquitetônicas (LIMA, 2007a; SIMAS, 2009; RODRIGUES, 2014). Contudo, uma escolha de soluções arquitetônicas com base somente no potencial de redução do consumo energético é muito restrita. O respaldo em critérios econômicos e a observância dos regulamentos vigentes, tais como o RTQ-C, torna o processo de tomada de decisão mais abrangente e adequado. Essa dissertação analisa a implantação de alternativas arquitetônicas em um projeto de uma obra pública no clima de Natal/RN a partir do confronto dos seus impactos econômicos e desempenho energético. Por meio de simulações computacionais, foi analisada a implantação de 8 (oito) recorrentes alternativas em dois edifícios parcialmente condicionados do projeto tipo B do programa PROINFÂNCIA/FNDE. Foram verificados os impactos na redução do consumo para resfriamento, no nível de eficiência energética da envoltória pelo RTQ-C e a viabilidade econômica. Quase todas as alternativas demonstraram eficácia em minimizar o consumo de energia para resfriamento, com um potencial de redução de até aproximadamente 26%. Contudo, somente quatro delas conseguem elevar o nível da etiqueta para “A”. Quanto à viabilidade, somente quatro foram viáveis, o que se deu muito mais em decorrência da substituição de materiais por outros mais baratos do que pelo benefício financeiro com a redução do consumo. Os resultados evidenciam que as alternativas com melhores desempenhos energéticos podem não representar as melhores soluções de um projeto. Em ambos os edifícios, a solução que mais impactou positivamente a eficiência energética em relação ao consumo e etiquetagem (alternativa “b”: Telha cerâmica colonial clara com forro de laje pré-moldada) resultou inviável economicamente. A alternativa “c” (Telha cerâmica colonial clara com forro de gesso) foi a única que, além de viável, também reduziu o consumo de ambos os edifícios e alcançou etiqueta nível “A”, o que também contribuiu para evidenciar a eficácia do uso de cores claras na cobertura.