Banca de DEFESA: ANA LÍDIA DE ARAÚJO GOMES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA LÍDIA DE ARAÚJO GOMES
DATA : 11/03/2024
HORA: 15:00
LOCAL: A definir
TÍTULO:

ENSINO DE QUÍMICA A PARTIR DA CULTURA INDÍGENA UTILIZANDO OS CORANTES NATURAIS – UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 

PALAVRAS-CHAVES:

lei 11645/08; cultura indígena; Ensino de Química; Jenipapo; Urucum; Química orgânica

PÁGINAS: 93
RESUMO:

 

A cultura indígena no Ensino de Química é um tema que vem ganhando espaço desde a implementação da lei federal 11645/08 que determina a obrigatoriedade do ensino da cultura e história africana afro-brasileira e indígena em disciplinas do currículo escolar. Existe uma gama de conteúdos químicos que podem ser abordados em paralelo as tradições culturais indígenas. Nessa perspectiva, o estudo apresenta uma proposta de contextualizar a produção e uso dos corantes naturais dos frutos Urucum e Jenipapo utilizados na cultura indígena em conteúdos de química orgânica, especificamente no ensino de polaridade das moléculas, biomoléculas (lipídios), hidrocarbonetos, nomenclatura, tipos de cadeias e ligações das estruturas orgânicas e funções oxigenadas. A proposta do estudo visa elaborar uma sequência didática para professores contribuindo com o ensino na perspectiva etnocultural e divulgação científica. O Urucum e o Jenipapo são frutos de fácil acesso e bastante utilizados na pintura corporal indígena. Os pigmentos naturais são empregados pelos Povos Indígenas de diversas etnias como identificação, manifestação e resistência e também para fins de proteção solar e repelente. Tentamos abordar também três objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) na elaboração do trabalho: ODS 10(redução das desigualdades), ODS 11(cidades e comunidades sustentáveis) e ODS 15 (vida terrestre). Como se enquadra em pesquisa de natureza qualitativa, o estudo se caracteriza metodologicamente como pesquisa de campo com viés etnográfico e observação participante e tem como suporte epistemológico o paradigma emergente. A coleta de dados se dará através de questionários de sondagem e aplicação da sequência didática para alunos do terceiro ano do Ensino Médio, numa escola localizada na região metropolitana de Fortaleza, Ceará, Brasil. Os resultados foram discutidos através da análise de conteúdo de Bardin após a coleta de questionários semiestruturados e das anotações do pesquisador observador. Foi enfatizada a tradição cultural na prática do uso dos pigmentos provenientes do jenipapo e do Urucum em algumas cerimônias típicas dos Pitaguarys. O produto educacional construído apresenta atividades diversificadas e aulas expositivas, jogo, mídia, dinâmica e experimento demonstrativo. O produto foi aplicado e pôde-se observar uma tentativa de resgate e valorização da cultura pelos próprios alunos da tribo em questão ao longo das atividades, revisitando as tradições e significados de experiências, valores culturais e crenças. Isso refletiu no desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos no ensino de química contextualizado e um potencial recurso para professores de química de escolas diferenciadas indígenas e não-indígenas, abordando a temática étnico-racial. Mais que uma forma de aplicação da lei federal 11645/08 foi uma oportunidade de reparar o apagamento étnico presente em livros didáticos sobre o modus vivendi e a contribuição dos Povos Originários na formação da nossa sociedade.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1695600 - PATRICIA FLAVIA DA SILVA DIAS MOREIRA
Interna - 1718598 - Fernanda Marur Mazze
Externa ao Programa - 3321654 - RUTE ALVES DE SOUSA - UFRNExterna à Instituição - TATIANA APARECIDA ROSA DA SILVA - IFGO