ZIKA VÍRUS X ANOMALIAS CONGÊNITAS: DA AUDIÊNCIA PRESUMIDA AOS DADOS REAIS DA DISTRIBUIÇÃO TEMPORO-ESPACIAL NO RIO GRANDE DO NORTE
PALAVRAS-CHAVE: anormalidades congênitas; microcefalia; zika vírus; análise espacial; epidemiologia
INTRODUÇÃO: Em meados de 2015, o Brasil experimentou um aumento dos casos de notificação de infecção pelo Vírus Zika e o aumento dos casos de Microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré, sendo posteriormente confirmada a associação entre essas entidades clínicas. A região nordeste foi a mais acometida e fatores ambientais, econômicos e sociais podem influenciar negativamente a essa distribuição. No entanto, sabe-se que anomalias congênitas sempre aconteceram em todo território brasileiro e se acredita que não haja diferença no padrão de distribuição espacial de anomalias antes e pós-ZIKV. OBJETIVO: avaliar a distribuição temporo-espacial dos casos notificados de anomalias congênitas e ZIKV nas mesorregiões do Rio Grande do Norte. METODOLOGIA: trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo que avaliou os casos notificados de anomalias congênitas no Rio Grande do Norte antes e após a epidemia de ZIKV através de uma análise espacial, cujos dados foram agrupados no SPSS 13.0 e analisados no TERRAVIEW versão 4.2.2. RESULTADOS: A taxa de anomalias congênitas no período pré-ZIKV foi de 6,2 casos/1.000 nascidos vivos e no período pós-ZIKV aumentou para 13,95 casos/1.000 nascidos vivos, resultado do aumento dos casos notificados. Foi visualizado no cartograma de distribuição que a mesorregião Agreste Potiguar é a que possui maior número de casos notificados de ZIKV assim como é a região que concentra maior número de casos de anomalias congênitas no período estudado. CONCLUSÃO: O presente estudo revelou que as anomalias congênitas sempre estiveram presentes no estado e nenhuma outra ação foi suscitada com tamanha importância como no período Zika. Estratégias para minimizar os casos de anomalias congênitas através de ações de planejamento familiar, controle da idade materna, programas de vacinação, controle na venda de medicamentos abortivos, combate ao consumo de drogas, álcool e fumo podem facilmente ser desenvolvida e ganhar adesão midiática, fato que nem sempre é percebido.