ESTUDO DA SINTERIZAÇÃO DE RESÍDUO ODONTOLÓGICO MICROPARTICULADO DO SISTEMA CERÂMICO ZrO2-Y2O3
zircônia, reciclagem, uniaxial, isostática, resistência mecânica, sinterização
A efetiva utilização dos recursos naturais diante o acelerado crescimento econômico resulta no aumento contínuo de resíduos industriais, e para suprimir estes resíduos, um processo de reciclagem é de preferência uma solução atraente. Durante a usinagem dos blocos de zircônia para diversos tipos de implantes odontológicos, grande parte do material é desprendida na forma de pó, que posteriormente é descartado. A zircônia tetragonal estabilizada com 3% em mol de ítria (Y-TZP) possui uma variedade de aplicações na área de engenharia e biomédica devido à sua ótima combinação de resistência, tenacidade à fratura, condutividade iônica e baixa condutividade térmica. Além do dano para o meio ambiente, o desperdício deste material resulta em prejuízo financeiro, refletindo em elevado custo final no tratamento para os pacientes. Os materiais de partida utilizados neste trabalho foram dois diferentes pós do sistema cerâmico ZrO3-Y2O3: zircônia comercial nanoparticulada e resíduo de zircônia microparticulado. Os pós foram conformados por prensagem uniaxial e isostática e em seguida sinterizadas a 1500, 1550 e 1600 °C, durante 1 hora. As técnicas de granulometria a laser, difração de raios X (DRX), e dilatometria foram utilizadas para caracterização do pó. Após sinterizados, foram realizados ensaios de densidade e porosidade, difração de raios X (DRX), resistência mecânica à flexão, microdureza Vickers e análise de tenacidade à fratura, e microscopia eletrônica de varredura (MEV). As amostras compactadas via prensagem isostática apresentaram valores de porosidade inferiores a 0,78% e demostraram maior efetividade de compactação comparada à via uniaxial. Foi observado nos difratogramas de raios X, com o aumento da temperatura, a intensidade dos picos da fase monoclínica diminuiu. A temperatura de sinterização influenciou de forma moderada a microdureza das amostras, demostrando pequenos acréscimos da dureza até a temperatura de 1600°C. A resistência à flexão do resíduo de zircônia aumenta com o aumento da temperatura de sinterização, para ambas as vias de compactação, apresentando melhores valores por via isostática.