ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE SÍNDROME DA FRAGILIDADE E DEPRESSÃO EM IDOSOS DOMICILIARES |
Sintomas depressivos. Envelhecimento. Idoso Frágil. Fragilidade. |
O envelhecimento da população brasileira, ou a nomeada transição demográfica, tem sido enunciada nas últimas décadas. A ciência acompanha esta premissa a partir das demandas socioculturais, políticas e econômicas. Assim sendo, estudos que visam evidenciar fatores associados ou correlacionados a um determinado agravo têm aumentado. A depressão no idoso tem sido considerada um importante tema, por agregar nuances filosóficas e bio-psicológicas, relacionando desde o sofrimento da proximidade do fim da vida até a alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Sabe-se que a depressão é uma doença com sintomatologia psíquica e física, oriunda de alterações em nível de neurotransmissores, bem como alterações inflamatórias. Ainda, está relacionada à perda de autonomia e incapacidades, quedas e hospitalizações, diminuindo a qualidade de vida. Além da depressão, a síndrome de fragilidade tem sido cada vez mais estudada, inclusive por apresentar forte impacto nas vivências de idosos. Objetivou-se estudar a associação entre os indicadores da fragilidade e a depressão no idoso, avaliando a magnitude através das razões de prevalência (RP). Trata-se de um estudo seccional, derivado de um estudo multicêntrico- Rede FIBRA (Fragilidade em idosos brasileiros) - em um município no interior do nordeste brasileiro. Foi utilizada uma amostra de idosos domiciliares com mais de 65 anos de idade que pontuassem acima do ponto de corte em exame cognitivo. Utilizou-se análise bivariada de Poisson, bem como análise multivariada. Observou-se que características sóciodemográficas como ser viúvo e não ser alfabetizado apresentam associação significativa com os sintomas depressivos. Dentre os indicadores de fragilidade, perda de peso, fadiga e falta de atividade física apresentaram p inferior a 0,05. Estas observações permitem observar a sobreposição entre os sintomas depressivos e indicadores de fragilidade, o que suscita a conjectura acerca da suficiência de apenas indicadores físicos serem utilizados para a constatação de fragilidade, sem a inclusão de um indicador que avalie aspectos afetivos. Percebe-se que muitos estudos ainda necessitam ser realizados, especialmente com metodologia que permita inferência de causalidade.