Hematomas de pós-término nas relações afetivo-libidinais das protagonistas nas obras de Marilene Felinto: a melancolia em Obsceno abandono: amor e perda e o luto em As mulheres de Tijucopapo
Marilene Felinto; Luto; Melancolia; As mulheres de Tijucopapo; Obsceno abandono: amor e perda.
Esta pesquisa aborda as temáticas Da demanda do pós-término dos relacionamentos afetivo-libidinais investigadas nas obras: o luto em As mulheres de Tijucopapo (1992) e a melancolia em Obsceno abandono: amor e perda (2002), de Marilene Felinto. Tais matérias direcionam o estudo do nexo entre as protagonistas, suas dores após terem sofrido com o abandono de seus objetos de amor e o sentimento do amor narcísico. Adotamos uma abordagem qualitativa e propusemos uma análise interpretativa com base nos autores e referências dos Estudos Literários e Culturais e da Crítica Psicanalista, ou ainda nas obras literárias que contribuíram para a discussão. A partir das reflexões de Freud, Kehl, Chianca, Lejarraga, Costa, Kristeva, Butler, Stephan e Lorde, os conceitos de amor, luto, melancolia e seus processos são retomados como recurso norteador da medida crítica da prosa poética felintiana. Analisamos os elementos estéticos e poéticos da melancolia e do luto que constituem e representam a revisitação do passado no processo da identidade representados nas vozes das personagens femininas, no contexto literário, psicanalítico e sociocultural. Dessa forma, os discursos das protagonistas, o luto e a melancolia são abordados como agentes textuais que instauram uma ponte entre a escrita e o processo de aceitação da perda do objeto. Nessa perspectiva, vale explicitar que a prosa felintiana figura-se como uma arte literária, critica e autônoma, apta a confrontar a própria percepção de sublimação nos momentos de ruptura, sobre a qual se respalda.