O Dialogismo Bakhtiniano e a Crítica Feminista: Contribuições para o Ensino de Literatura Comparada
Literatura comparada e ensino. Dialogismo. Crítica feminista. A vida invisível de Eurídice Gusmão. Purple hibiscus.
Os estudos realizados em literatura comparada ao longo dos anos têm sido de grande contribuição para essa área do conhecimento e respaldado inúmeras pesquisas no âmbito acadêmico; nessa perspectiva, essa análise acrescenta aos estudos comparatistas a vertente do ensino de literatura comparada, e busca de que maneira o heterodiscurso em relação à mulher nos moldes de uma sociedade patriarcal/machista é representado nas obras A vida invisível de Eurídice Gusmão (2016) da escritora brasileira Martha Batalha e Purple hibiscus (2003) da autora nigeriana Chimamanda Adichie, corpus desta pesquisa. Ademais, busca perceber como esse estudo comparativista/dialógico contribui para a área do ensino de literatura comparada. As obras, que são analisadas com base teoria do dialogismo do Círculo bakhtiniano (Bakhtin, Volóchinov e Medviédev) em diálogo com a crítica feminista, refletem e refratam a posição da mulher na contemporaneidade, um tema bastante consistente e significativo nas sociedades dos dias atuais, tendo em vista que as narradoras dos romances são personagens centrais que estão postas em posições de inferioridade. Metodologicamente, esta pesquisa bibliográfica segue as orientações de Volóchinov de que a análise parte do texto, indo ao contexto do pequeno tempo e do grande tempo. Os resultados desse estudo comparativista/dialógico entre os romances buscarão trazer reflexões sobre o diálogo entre o dialogismo e a crítica feminista e o ensino da literatura comparada em si.