Banca de DEFESA: IASMIN SHARMAYNE GOMES BEZERRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IASMIN SHARMAYNE GOMES BEZERRA
DATA : 15/07/2022
HORA: 15:00
LOCAL: meet.google.com/nqw-mdwn-mru e Sala 630 LabPSI
TÍTULO:

FEMINILIDADES SERTANEJAS E VIDAS MEDICALIZADAS: ESCRITAS DE SI E NARRATIVAS DE MULHERES NO SERTÃO SERIDOENSE


PALAVRAS-CHAVES:

gênero; feminismos; medicalização; saúde mental; sertão;


PÁGINAS: 161
RESUMO:

Com essa pesquisa, questiono a produção do sofrimento psíquico de mulheres do sertão nordestino e como os seus corpos se relacionam com a medicalização da vida, a partir da criação de um grupo de gestão autônoma da medicação – GAM, que se intitulou como GAM-Mulheres. Identifico o sujeito universal de alguns feminismos, centrado na mulher eurocêntrica, branca, intelectualizada e heterossexual, como insuficiente e limitante para compreender a condição social e política de mulheres sertanejas nordestinas. Assim, desenvolvo a ideia do que chamo de feminilidades sertanejas, para situar os modos de viver dessas mulheres no contexto sertanejo seridoense. Percebo a medicalização de mulheres como efeito da colonialidade na sociedade brasileira, mostrando que os saberes médico-psiquiátricos possuem um grande legado de apropriação dos seus corpos perante os signos da loucura, refletidos sobre as heranças dos/das traumas/feridas coloniais em suas vidas (Kilomba, 2019, Fanon, 2020). A partir de questões como essas, objetivo discutir os modos de subjetivação de mulheres sertanejas em sofrimento psíquico e medicalizadas, na cidade de Currais Novos - RN. Como objetivos específicos pretendo: (a) identificar quais os efeitos, sentidos e percepções da medicalização na vida das mulheres em uma cidade do sertão nordestino; (b) discutir como as questões de raça, classe gênero e território compõem o sofrimento psíquico de mulheres sertanejas; (c) discutir a experiência de mulheres sertanejas com trabalhos afetivos e sexuais, à exemplo do trabalho materno e doméstico, e (d) identificar como essas experiências se relacionam ao seu sofrimento psíquico. Este estudo se constitui como uma cartografia tecida por meio de narrativas das mulheres. Defendo a escrita corporificada e encarnada de mulheres, como um modo de superarmos o academicismo sustentado pela escrita de homens brancos, elitizados e eurocêntricos, na tentativa de afirmar um conhecimento científico que se baseia pela ética e pela experiência de saberes situados historicamente. (Haraway, 2009; Collins, 2019).  As participantes desta cartografia foram mulheres de diferentes raças, classes, gerações, sexualidades e territórios distintos da cidade na qual a experiência aconteceu. Algumas mulheres são negras, mas a maioria é de pele clara. Trabalham como domésticas, cuidadoras de idosos, cozinheiras, assistentes de serviços gerais, pesquisadoras, empresárias locais. São mães, viúvas, divorciadas, vivem em relacionamentos heterossexuais monogâmicos ou são solteiras, se identificam como heterossexuais e como bissexuais. A análise das narrativas de si das mulheres foi concluída, com base na proposta metodológica de Butler (2015) e Rago (2013), construídas por meio de diários cartográficos e das gravações em áudio, que ficaram como arquivos dos encontros do grupo GAM-Mulheres. Os resultados analisados discutem: 1) quem são as mulheres medicalizadas no sertão seridoense; 2) os efeitos biopolíticos do uso de psicofármacos nos corpos e nas vidas das mulheres; 3) como as experiências com o trabalho doméstico, o papel materno e o casamento, pautados em valores coloniais, patriarcais e machistas, contribuem para o processo de sofrimento psíquico dessas mulheres.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1674041 - ANA KARENINA DE MELO ARRAES AMORIM
Interna - 2086520 - CANDIDA MARIA BEZERRA DANTAS
Externo à Instituição - MARILIA SILVEIRA - UFAL
Notícia cadastrada em: 05/07/2022 14:00
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