COMO A DIVERSIDADE DE SERRAPILHEIRA E O CONTEXTO AMBIENTAL AFETAM O PROCESSO DE DECOMPOSIÇÃO?
contexto ambiental; biodiversidade; funcionamento de ecossistemas; processo de decomposição; efeitos de complementaridade
Diversos estudos têm demonstrado que a diversidade de detrito vegetal afeta diferentemente o processo de decomposição em ambientes aquáticos e terrestres, mas sua abordagem em contextos ambientais flutuantes é uma questão não testada dentro do debate de biodiversidade e funcionamento de ecossistemas. Para avaliar se o contexto ambiental, bem como a dinâmica de sua alternância entre ambientes terrestre e aquático, influenciam os efeitos da diversidade de detrito sobre o processo de decomposição, foi realizado um experimento onde manipulamos a diversidade de detrito foliar de 8 espécies de plantas terrestres decompondo (litterbags) em monoculturas individuais e em mistura contendo as 8 espécies juntas, em três contextos ambientais distintos: ambiente terrestre (T), ambiente aquático (A) e interface (I), este último simulando a condição variável do regime de alagamento. Medimos a taxa de decomposição através da perda de massa da comunidade e de cada detrito individual nas monoculturas e nas misturas. O contexto ambiental exerceu efeito significativo sobre o processo de decomposição, sendo a decomposição mais rápida no ambiente aquático, seguida pelo tratamento interface e menor no ambiente terrestre. Não foram verificados efeitos significativos da riqueza de espécies e nem da variabilidade ambiental sobre a magnitude e estabilidade do processo de decomposição. Houve efeitos significativos do contexto ambiental e da riqueza de espécies a nível espécie-específicos sobre a magnitude do processo de decomposição. Dessa forma, a diferenciação química da serrapilheira não resultou em efeitos consistentes em nível de comunidade, mas é possível observar efeito em nível espécie-específico.