Projeção do impacto das futuras mudanças climáticas sobre o cultivo da macroalga Gracilaria birdiae na costa do Brasil
Macroalga; Gracilaria birdiae; Modelo de distribuição de espécie; Aquecimento global; MaxEnt.
No momento atual, muito se pergunta como as mudanças climáticas irão afetar os organismos e ecossistemas marinhos. Considerando essa perspectiva, fica a dúvida de como essas alterações no clima irão impactar setores importantes da economia, como a aquicultura, que tem como base organismos marinhos. Um desses organismos amplamente usados na aquicultura são as algas marinhas, às quais a produção vem aumentando anualmente, sendo considerado um dos setores mais promissores da aquicultura. Atualmente uma ferramenta que está sendo usada para prever a distribuição futura de espécies com potencial econômico é a Modelagem de Nicho Ecológico, podendo essa metodologia fazer previsões futuras de distribuição das espécies em relação às alterações climáticas e físico-químicas causadas pelas mudanças climáticas. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo principal avaliar a partir do uso de modelagem de nicho ecológico (ENM) como o cenário projetado de mudanças climáticas futuras RCP 8.5, impactará o cultivo da macroalga Gracilaria birdiae na região costeira do Brasil. A modelagem foi realizada integrando o algoritmo MaxEnt ao software RStudio. Os pontos de ocorrência da espécie foram coletados na literatura. Os dados bioclimáticos foram adquiridos por meio do banco de dados Bio-ORACLE. Também foi realizada a análise estatística de Friedman para validar se de fato existiam diferenças significativas entre as áreas de adequabilidade de cada tempo. Como resultados principais podemos observar que a espécie em questão teve um aumento na sua área de adequabilidade para o tempo futuro, além disso vimos também que a temperatura não se mostrou um fator limitante para a distribuição dessa alga. Estudos vêm mostrando ao longo dos anos que o gênero Gracilaria apresenta um amplo range de temperatura. Sendo assim, essa espécie não apresentou problemas quanto à elevação da temperatura superficial do mar prevista para o cenário RCP 8.5, por ser uma espécie euritérmica, com um alto range de temperatura. Concluímos que a macroalgas Gracilaria birdiae é uma grande aposta para a aquicultura de algas na costa do Brasil, podendo levar o país a se tornar um grande produtor dessa espécie.