Padrões ecológicos e diversidade de borboletas em Florestas Tropicais Secas
padrões de riqueza; distribuição geográfica; sazonalidade; diversidade; estrutura de comunidades; paisagens fragmentadas
Sabe-se que a dinâmica das assembleias no espaço e no tempo reflete o ajuste das características biológicas das espécies às condições ambientais e às interações bióticas, conforme seus elementos precursores adaptativos e filogenéticos. Embora o menor esforço histórico de pesquisa nas regiões secas do globo, no decorrer últimas décadas a investigação cientifica nessas áreas tem aumentado. Além da preocupação com as altas taxas de conversão de florestas secas e savanas em áreas de agropecuária e extração de madeira, atualmente, sabe-se da importância desses ecossistemas para a manutenção de espécies, principalmente nas floretas de transição com ambientes úmidos, além de questões ecológicas e adaptativas a serem investigadas. Além dos fatores históricos, a sazonalidade climática e a disponibilidade de recurso são os elementos abióticos que mais influem na distribuição geográfica e na coexistência regional de espécies nessas florestas. Como também, estudos tem revelado que a fragmentação e perda de habitat são fortes modificadores de processos naturais e da estrutura das comunidades, porém os padrões naturais não são claros. Para investigar como se dá a distribuição das espécies de borboletas nas florestas tropicais secas e como os elementos ambientais influenciam a diversidade e dinâmica de comunidades em paisagens fragmentadas no Nordeste brasileiro, a tese será dividida em três eixos temáticos principais, respectivamente três capítulos: gradientes ambientais e padrões de riqueza, efeitos da fragmentação sobre a estrutura de comunidades, e influência das alterações na paisagem na diversidade de espécies em diferentes escalas. A partir dos nossos resultados observamos que, há influência do gradiente ambiental e os padrões de riqueza são relacionados principalmente à latitude globalmente e à altitude, regionalmente. As famílias de borboletas são encontradas em todos os biomas que compreendem floretas tropicais sazonais, porém a sua distribuição difere entre os continentes e regiões, onde deve-se considerar tanto as questões históricas da evolução dos taxa quanto ambientais, destacando-se a Austrália e a América Central pelo alto número de espécies. Em paisagens fragmentadas, as borboletas frugívoras sofrem com os impactos da degradação florestal em paisagens rurais, e a estrutura das comunidades responde às variações ambientais na paisagem, como o esperado. No geral, a riqueza e abundância de borboletas tendem a diminuir com a perda de habitat e pressão antrópica, e a composição de espécies responde principalmente às diferenças estruturais entre paisagens de escala intermediária (até 5000m), havendo complementariedade ambiental e biótica em diferentes escalas. Além disso, a influência da estrutura espacial (local e entre paisagens) sobre a diversidade e abundância de borboletas foi associada positivamente à cobertura local de floresta arbóreo-arbustiva e de vegetação campestre e à heterogeneidade de habitat, porém, negativamente em ambientes mais modificados (pasto e agricultura). Informações que são úteis na identificação de regiões e elementos ambientais a serem monitorados para a conservação da biodiversidade em paisagens fragmentadas. Em suma, confirmamos que o sistema das floretas tropicais secas é complexo e possuem vários elementos bióticos e abióticos importantes na determinação de padrões de riqueza e distribuição das espécies e de seus habitats.