PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Téléphone/Extension: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de QUALIFICAÇÃO: THYAGO RUZEMBERG GONZAGA DE SOUZA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THYAGO RUZEMBERG GONZAGA DE SOUZA
DATA: 03/09/2013
HORA: 15:00
LOCAL: C4, setor II de aulas
TÍTULO:

A epopeia e o espaço do Negro brasileiro: a escritura da República dos Palmares por Arthur Ramos


PALAVRAS-CHAVES:

historiografia; negro brasileiro; Palmares; Arthur Ramos.


PÁGINAS: 109
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
RESUMO:

Na segunda metade do século XX houve a ascensão da imagem do Quilombo dos Palmares e de seu líder Zumbi como heróis da liberdade, do povo negro e da nacionalidade brasileira. Porém, no final do século XIX a imagem do Quilombo estava longe de ser positiva, representava tudo que as elites intelectuais e políticas brasileiras não gostariam que estivesse vinculada a nacionalidade. Em quase cem anos o Quilombo dos Palmares passou de inimigo da nação ao status de herói nacional; deixou de ser um grupo de africanos que impediria o progresso da civilização brasileira, para ser a grande epopeia do negro brasileiro. Verificar esse processo é fundamental para compreender a consolidação de um mito no imaginário de uma sociedade. A nossa hipótese é que isso ocorreu nos escritos de Arthur Ramos, durante as décadas de 1930 e 40 esse intelectual produziu alguns pequenos escritos sobre o reduto palmarino, nesses textos estavam concentrados as principais conclusões dessas produções dos Institutos Pernambucano e Alagoano, porém traria um novo elemento que possibilitaria essa visão nacionalista que vivemos atualmente, o Quilombo dos Palmares seria uma obra do Negro brasileiro. É no rastro dessa hipótese que essa dissertação trilhou. O nosso objetivo principal é analisar o espaço imaginário, o Quilombo dos Palmares, composto pelo médico e antropólogo Arthur Ramos em diversos escritos, mas principalmente no livro “The negro in Brasil”  de 1939, relacionando a construção desse espaço com a tradição historiográfica sobre Palmares e o “teatro de construção” em que estava inserido. Dois campos de pesquisa convergem nessa dissertação, primeiro há uma preocupação em desenvolver uma pesquisa de História Cultural dos Espaços, concomitante a isso temos que dialogar com a História da Historiografia. O Quilombo dos Palmares foi compreendido como espaço imaginativo, segundo Edward Said isso significa que está localizado além da atmosfera objetiva e adentra em significados simbólicos ou poéticos, que podem determinar ou delimitar as fronteiras do Outro e consequentemente do Eu. Para analisar historiografia sobre Palmares, utilizamos a “análise do discurso” fundamentada no pensamento de Jacques Derrida,  na qual faremos uma “descontrução” da escritura  de Arthur Ramos, pensamos esse método como um procedimento de questionamento, de decomposição e de re-organização dos discursos. O objetivo da “descontrução” é revelar no texto coisas que estão contidas nele, mas muitas vezes não estão visíveis, trazer a tona os significados dos discursos e mostra o trajeto de sua produção. O autor se colocou como herdeiro de Raimundo Nina Rodrigues, continuando a preocupação desse em investigar as populações negras no Brasil. Porém dentro de um olhar  da antropologia cultural das décadas de 1930 e 40 colocou Palmares como espaço da resistência ao processo de aculturação imposto aos escravos  no Brasil. De maneira alguma isso significou que deixou de lado totalmente o discurso racializado, essa continuidade fica evidenciado na ideia de democracia étnico e social que tomou conta do seu pensamento. Sobre Palmares escreveu uma narrativa epopeica da história do Quilombo, fundamentada em leituras de Jaime Altavilla e Manoel Arão, mas deu uma nova perspectiva ao colocar o reduto dos negros como obra da qualidade e capacidade dos Negros brasileiros. 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 336185 - DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
Interno - 1518086 - FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
Presidente - 1280374 - RENATO AMADO PEIXOTO
Notícia cadastrada em: 15/08/2013 09:21
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