Este trabalho tem por objetivo central investigar a atuação de palhaças e palhaços em contextos hospitalares, considerando suas experiências vividas, do preparo à tessitura de encontros cênicos, desencadeada pela presença destes seres no cotidiano do hospital. Neste contexto, considera-se intrínseca a inseparabilidade de um estado de abertura das figuras palhacescas para o encontro com outros seres humanos, que partilham este específico espaço de ação. Esta abertura necessita de uma elaboração técnica e sensível que forneça a estes seres o estofo necessário para o encontro cênico. Assim, dialogando com uma metodologia fenomenológica, inspirada em Merleau-Ponty (2006; 2007; 2011), além de considerar minhas experiências enquanto atriz, palhaça e pesquisadora, chamo para percorrer esta discussão artistas do elenco da ONG (Organização Não Governamental) Doutores da Alegria. Sete destes atuadores cederam entrevistas para esta pesquisa. Além de valorizar uma perspectiva experiencial no diálogo sobre o fenômeno investigado, realizo também uma pesquisa bibliográfica sobre a atuação de palhaças e palhaços, conduzidos ao longo de seus milênios de história até os palcos hospitalares.