Banca de DEFESA: MARIA LARA PORPINO DE MEIROZ GRILO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA LARA PORPINO DE MEIROZ GRILO
DATA : 08/10/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

A AYAHUASCA MODULA A RESILIÊNCIA? UMA AVALIAÇÃO EM MODELO ANIMAL PRIMATA DE DEPRESSÃO MAIOR


PALAVRAS-CHAVES:

psicodélicos; saúde mental; Callithrix jacchus; profilaxia; cortisol.


PÁGINAS: 83
RESUMO:

Ao longo da evolução, os animais têm vivenciado diversas situações de estresse, existindo assim uma grande variabilidade de respostas ao estresse, algumas adaptativas e outras não. A depressão maior (DM) é uma psicopatologia associada ao estresse crônico, fenótipos de vulnerabilidade e respostas não adaptativa. A DM é uma das psicopatologias que mais causa invalidez no mundo, não havendo ainda um tratamento completamente eficaz para ela, gerando assim enormes prejuízos individuais, sociais e econômicos. Assim, utilizando como base a teoria da inoculação ao estrese, que postula que a resiliência pode ser treinada, os psicodélicos se tornaram alvo das pesquisas com esquemas profiláticos contra o surgimento de algumas doenças mentais. A ayahuasca (AYA) é uma bebida tradicional da Amazônia que atua sobre o sistema serotoninérgico e, além de efeitos psicodélicos, possui ação antidepressiva. Considerando que dos pontos de vista econômico, social e psicológico, tratar a depressão se mostra mais dispendioso do que a preveni-la, esse estudo procurou avaliar os possíveis efeitos profiláticos do uso prolongado do chá da ayahuasca frente a um protocolo de indução de depressão maior, o isolamento social (9 semanas), utilizando um modelo animal primata nãohumanos de depressão, o C. jacchus. Para isso, foram realizadas avaliações fisiológicas (cortisol fecal) e comportamentais. Os animais (19 machos juvenis) foram divididos em 3 grupos: Grupo Ayahuasca (GA), 6 animais receberam 3 administrações de ayahuasca enquanto foram submetidos ao protocolo indutor de depressão; Grupo Estressado (GE) , 8 animais submetidos ao protocolo indutor de depressão sem passar pelo esquema profilático; e Grupo Família (GF), 5 animais controles que permaneceram em suas famílias sem receber qualquer esquema experimental. De maneira geral, foi observado uma resposta ao estresse mais adaptativa para GA quando comparado a GE. Os animais tratados com AYA apresentaram uma reatividade do cortisol fecal similar a GF e maior que do GE, e não desenvolveram a hipocortisolemia que é frequentemente induzida por esse protocolo. Ainda, o GA não demonstrou sinais de anedonia e elevação de comportamentos indicativos de estresse crônico, por exemplo: o coçar, a marcação de cheiro e a autocatação, os quais, por outro lado, foram expressos pelo GE. Nossos resultados mostram uma ação profilática da AYA frente a um protocolo indutor de depressão, essa substância promoveu a expressão de respostas de resiliência; mantendo a resposta do cortisol em seus níveis homeostáticos e tamponado o surgimento de fenótipos depressivos. Apesar de serem necessários novos estudos, esse trabalho abre portas para um novo tipo de intervenção no âmbito da saúde mental, o uso profilático de psicodélicos para prevenção de psicopatologias associadas ao estresse crônico.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1696755 - BRUNO LOBAO SOARES
Externo à Instituição - JAIME EDUARDO CECILIO HALLAK - USP
Presidente - 1718518 - NICOLE LEITE GALVAO COELHO
Notícia cadastrada em: 25/09/2021 16:17
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