INFLUÊNCIA DO TIPO DE ABRIGO E DA FREQUÊNCIA DE OFERTA ALIMENTAR NO COMPORTAMENTO DO CAMARÃO Macrobrachium rosenbergii (De Man 1879).
Comportamento agonístico, juvenil, abrigo, alimentação, bem-estar animal.
Macrobrachium rosenbergii é uma espécie de camarão de água-doce que apresenta comportamento agonístico e crescimento heterogêneo. É sabido que as condições de viveiro podem intensificar o agonismo causando danos físicos aos animais e diminuição na sobrevivência, além de gerar uma condição de bem-estar pobre. Baseado nisso, temos como objetivo investigar o comportamento de M. rosenbergii na fase de juvenil em função de diferentes tipos de abrigo e de frequência de oferta do alimento, enfatizando o comportamento agonístico da espécie. Para isso, juvenis foram observados em laboratório em três etapas. Para as etapas I (1 experimento) e II (2 experimentos) referentes a caracterização do perfil comportamental e o impacto do tipo de abrigo, em cada experimento camarões foram mantidos em oito aquários (50 x 30 x 40 cm), marcados e observados em quatro horários ao longo do dia para registro do comportamento, nas duas fases do ciclo de luz. Na etapa II os tipos de abrigo utilizados foram tijolo e rolos preparados com telas de polietileno. Para classificação dos animais no ranque de dominância o método utilizado foi o David’s Score. Na etapa três (3 experimentos),camarões foram marcados, distribuídos em quatro aquários (100 x 50 x 60 cm) e observados em quatro horários na fase de claro. Cada experimento possuía uma frequência de oferta do alimento diferente (2, 3 ou 4 vezes ao dia). Os resultados mostraram que juvenis não apresentam um padrão atividade/inatividade entre as fases do ciclo de luz. Identificamos uma hierarquia de dominância dando vantagem no acesso ao alimento pelos dominantes, os quais apresentaram maior ganho de peso embora a frequência de ingestão não tenha diferido entre os indivíduos. O tipo de abrigo influenciou o comportamento. O abrigo de tijolo gerou uma maior frequência de permanência bem como uma redução na frequência de interações agonísticas. A distribuição do alimento de forma mais frequente ao longo do dia, diminuiu a motivação dos animais para a alimentação, bem como para o confronto. Camarões alimentados quatro vezes apresentaram menor frequência de ingestão do alimento e das interações agonísticas, sem uma diferença considerável no ganho de peso. Desta forma, concluímos que estratégias de manejo baseadas no comportamento podem diminuir os problemas associados ao cativeiro, melhorando o bem-estar e consequentemente a produção.