Banca de QUALIFICAÇÃO: FABIANA DE OLIVEIRA YAMASHITA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABIANA DE OLIVEIRA YAMASHITA
DATA : 30/08/2018
HORA: 09:00
LOCAL: SALA 1 DO PPGCF
TÍTULO:

ANÁLISE FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIESCORPIÔNICA E ANTIOFÍDICA DO SUCO DOS FRUTOS DE Hancornia speciosa Gomes (APOCYNACEAE)


PALAVRAS-CHAVES:

Antiescorpiônico. Antiofídico. Bothrops jararaca. Hancornia speciosa. Tityus serrulatus.


PÁGINAS: 76
RESUMO:

Acidentes por animais peçonhentos, principalmente serpentes e escorpiões, são considerados um sério problema de saúde pública. No Brasil, os acidentes ofídicos ocorrem principalmente por serpentes do gênero Bothrops, e os escorpiônicos pela espécie Tityus serrulatus. O tratamento convencional é o uso da soroterapia antipeçonha, que além de apresentar algumas limitações, como difícil acesso em algumas regiões e custo elevado, é capaz apenas de neutralizar as toxinas do peçonha, sendo ineficiente em inibir as reações endógenas desencadeadas pela presença destas. Essas reações estão relacionadas aos principais danos do peçonha no organismo, como a resposta inflamatória pulmonar para o peçonha do escorpião e a necrose tecidual para o peçonha botrópico. Devido a estas limitações, diversos grupos de pesquisa vêm estudando e demonstrando os benefícios de terapias alternativas utilizando espécies vegetais. Para isto, baseiam-se principalmente na medicina popular e no fato de que essas plantas são uma rica fonte de compostos e inibidores farmacologicamente ativos; seu uso apresenta como principais vantagens a fácil acessibilidade, o baixo custo e, principalmente, a potencialidade de diminuir a resposta inflamatória endógena bem como alguns efeitos locais, como formação de edema, hemorragia e necrose tecidual, que são fracamente neutralizados pela soroterapia. Dentro deste contexto, o trabalho apresenta como objetivo realizar uma análise fitoquímica do suco dos frutos de Hancornia speciosa e da sua capacidade em inibir os efeitos da peçonha do escorpião Tityus serrulatus e da serpente Bothrops jararaca. A análise fitoquímica foi realizada através de cromatografia líquida de alta eficiência MS/MS, e a atividade antiescorpiônica avaliada seguindo um protocolo de tratamento: administração da peçonha via subcutânea em camundongos Swiis, eutanásia dos animais, duas horas após, com excesso de anestésicos xilazina/quetamina; em seguida, coleta dos pulmões, rins e sangue. Com os pulmões foram realizadas as seguintes análises: quantificação de citocinas IL-1β, IL-6 e TNF-α, concentração de azul de Evans, dosagem da enzima mieloperoxidase (MPO) e porcentagem do peso relativo pulmonar; com os rins, dosagem de nitrito e peroxidação lipídica; e, com o sangue, avaliados parâmetros hematológicos e bioquímicos. Em relação a peçonha botrópica, foi avaliada a capacidade do suco em inibir as suas atividades edematogênica - utilizando-se do modelo de edema de pata - e miotóxica - através da dosagem das enzimas creatina quinase e lactato desidrogenase e método indireto por quantificação da hemoglobina no músculo. Por fim, avaliou-se a inibição da lesão dermonecrótica. Os resultados obtidos em relação a fitoquímica demonstraram a presença de treze compostos, sendo eles: ácido clorogênico, ácido isoclorogênico, ácido 3-feruloilquínico, ramnetina, rutina, ácido 5-feruloilquínico, quercetina-3-O-hexosídeo, kaempferol-rutinosídeo, kaempferol-hexosídeo e quercetina. As observações referentes à inibição dos efeitos antiescorpiônicos demonstraram que o suco de Hancornia speciosa foi capaz de diminuir alguns importantes parâmetros como a produção das citocinas, a atividade mieloperoxidase, a concentração de azul de Evans no tecido pulmonar, a peroxidação
lipídica e a dosagem de nitrito. Em relação aos efeitos botrópicos, o suco foi capaz de inibir significativamente a lesão dermonecrótica, a atividade edematogênica e as concentrações das enzimas creatina quinase e lactato desidrogenase. Através dos resultados, pode-se concluir que o suco de Hancornia speciosa Gomes apresenta grande potencial para ser utilizado como adjuvante no tratamento de envenenamentos escorpiônicos e botrópicos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2087759 - ANDRE DUCATI LUCHESSI
Externo à Instituição - NATHALIA KELLY DE ARAUJO - IFRN
Externo ao Programa - 1569526 - RENATA MENDONÇA ARAUJO
Notícia cadastrada em: 14/08/2018 09:55
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa14-producao.info.ufrn.br.sigaa14-producao