MODELAGEM DO RELEVO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS: Uma abordagem de semidetalhe na Bacia Hidrográfica do Rio Espinharas, PB, Brasil.
Compartimentação Morfopedológica; Bacia Hidrográfica; Paraíba; Semiárido.
O estudo da paisagem em ambientes semiáridos, mesmo com grande número de pesquisas, ainda carece de abordagens, essencialmente destinadas às questões ambientais e ao planejamento territorial. Dessa maneira, uma das formas de representação e caracterização da paisagem se dá por meio de abordagens morfológicas nos estudos da compartimentação morfopedológica, técnica capaz de criar zoneamentos homogêneos para definição de critérios de uso, fragilidade e potencialidades ambientais. Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar e caracterizar os compartimentos do relevo presentes na Bacia Hidrográfica do Rio Espinharas (BHRE), no semiárido paraibano e refletir sobre suas fragilidades e potencialidades ambientais. Quanto aos objetivos específicos têm-se: 1) Caracterizar os elementos da paisagem por meio de mapas temáticos da BHRE; 2) Identificar os compartimentos do relevo na BHRE por meio de metodologia cartográfica baseado em Cavalcanti (2013) e Castro; Salomão (2000); 3) Analisar as potencialidades ambientais na BHRE com base nos compartimentos do relevo com direcionamento para a gestão territorial. Para realização desta pesquisa tem-se, por base, técnicas de Geoprocessamento e processamento digital de imagens, à luz das orientações de Cavalcanti (2010) e Castro; Salomão (2000), além de dados secundários do IBGE, CPRM e dados de trabalhos de campo. Foi possível delimitar sete unidades morfopedológicas, que são: áreas rebaixadas sem uso explícito (1), áreas rebaixadas de relevo suavemente ondulado de uso predominantemente agropecuário (2), serras baixas com predominância de rocha exposta e inselbergs (3), serras elevadas de relevo ondulado com uso agropecuário (4), cimeiras com solo predominantemente litólico (5), cimeiras com solo predominantemente regolítico (6) e, por último, a área elevada com característica montanhosa (7). De forma geral, a BHRE apresenta solos rasos e vegetação em estresse hídrico, fatores de limitação para o uso das terras, principalmente, pela falta de apoio de extensão rural na região. A BHRE possui uma ascendência hipsométrica de norte a sul com presença de inselbergs e blocos rochosos, ou seja, áreas indicadas à preservação. No tocante à vegetação, a BHRE apresenta uma fitofisionomia de savana estépica de aproximadamente 65%. As unidades 1,2,4 e 6 apresentam relevos planos e suavemente ondulados, propensas à utilização agropastoril, apresentando maior intensidade de uso. As unidades 3, 5 e 7, possuem relevos mais ondulados e montanhosos, dificultando a utilização e passíveis de áreas de proteção e preservação.