DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS TROCOIDAIS PARA O FRESAMENTO DO AÇO AISI 4340 TEMPERADO E REVENIDO
Trajetórias trocoidais; ângulo de hélice; força de usinagem; mecanismos de desgaste; aço AISI 4340.
A usinagem de canais, com elevada relação entre profundidade e largura, em aços temperados e revenidos é uma demanda frequente da indústria de moldes e matrizes, mas inexequível, em um único passe, para o fresamento com trajetória de contorno. Isso se deve ao elevado carregamento mecânico e térmico sobre as arestas de corte. A trajetória trocoidal mostra-se eficiente para o desbaste de canais nessas condições, pois evita o uso de um elevado ângulo de contato ferramenta-peça e reduz os esforços sobre as arestas. As trajetórias trocoidais têm variações quanto ao seu modelo, influenciando principalmente o tempo direto de usinagem. Contudo, informações sobre a influência das variações da trajetória e do ângulo de hélice da ferramenta sobre a força de usinagem, a vida da ferramenta, e o tipo e mecanismo de desgaste e/ou avaria são escassas na literatura. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo avaliar a influência das variações da estratégia trocoidal e do ângulo de hélice no fresamento do aço AISI 4340 (40 HRC), com ferramentas de metal duro revestido, considerando o tempo direto de usinagem, a força de usinagem e os mecanismos de degaste e/ou avarias. Uma metodologia para criação de estratégias trocoidais (circular e elipsoidal), baseadas em equação paramétrica, foi desenvolvida e aplicada nos experimentos. Com essa metodologia criaram-se variações da trajetória trocoidal permitindo a redução do tempo direto de usinagem. Os resultados mostraram que a trajetória elipsoidal promoveu uma redução de 23% no tempo teórico de usinagem, quando comparada à trajetória circular. Verificou-se que a trajetória elipsoidal promoveu um maior valor da força de usinagem e que o aumento do ângulo de hélice tende a reduzi-la, independentemente do tipo de trajetória. O fim de vida da ferramenta é uma variável de difícil estimativa para as condições de usinagem adotadas nessa pesquisa em função do tipo de desgaste/avaria nas arestas de corte: trincas de origem térmicas e mecânicas, desgaste de entalhe e lascamento.