O USO DOS DESCRITORES NO ENSINO DE LEITURA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Palavras-chave: Competência leitora. Estratégias de Leitura. Descritores de Leitura.
Ler e compreender são verbos de significados distintos, são duas habilidades que convergem para uma terceira: a de interpretar. Sem dúvida, tais capacidades são complementares e indissociáveis para a competência leitora, que todo professor espera ver desenvolvida em seu educando. Sob esse ponto de vista, saber ler impulsiona a informação adquirida para a reflexão crítica sobre os fatos e para saber posicionar-se diante deles. No entanto, para a aquisição dessa finalidade, compreender o texto e a intenção comunicativa do autor, não é tarefa tão fácil e requer a execução de procedimentos que vão além do decodificar palavras, pois necessita, também, de desvendar outros elementos explícitos e/ou implícitos presentes no texto e que sem a sua compreensão, a leitura proficiente torna-se limitada. Nessa perspectiva, pretende-se intervir, pedagogicamente, assim como, incentivar e contribuir para o desenvolvimento da competência leitora de uma turma de 9º ano, de uma escola estadual do município de Currais Novos/RN. Para tanto, traçou-se como objetivo geral elaborar e aplicar uma intervenção que contribua para o desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação de textos dos alunos. A intervenção pedagógica que fundamentou esse intento pautou-se no uso dos descritores de leitura propostos na Matriz de Referência de Língua Portuguesa, cuja finalidade é avaliar a educação básica. Estes descritores foram utilizados como estratégias de leitura a partir dos gêneros discursivos notícia e tirinha. Esta proposta interventiva insere-se no âmbito da Pesquisa Ação, como tentativa continuada de aprimoramento da prática pedagógica, tendo em vista a intenção de organizar procedimentos que possam dirimir as dificuldades de leitura e compreensão leitoras dos alunos. Os aportes teóricos firmaram-se na concepção de gêneros, enquanto práticas sociais discursivas, tendo em Bakhtin (2006, 2011), os fundamentos para o trabalho com a língua enquanto realidade social, numa perspectiva interacional. No que se refere às estratégias de leitura e compreensão buscou-se os estudos desenvolvidos por Solé (1998), Kleiman (2000, 2007), Koch e Elias (2006), Oliveira (2010); a elaboração das sequências didáticas organizou-se a partir de Schneuwly e Dolz (2004), além de adotar as orientações sobre o ensino de Língua Portuguesa, contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e autores como Geraldi (2012), Oliveira (2010), Antunes (2003, 2009), dentre outros. Espera-se como resultado das ações didáticas empreendidas na referida intervenção uma contribuição relevante para a formação de leitores proficientes.