Ensino de argumentação em livro didático
Livro didático. Ensino de argumentação. Letramento. Prática social.
A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) traz a argumentação como a sétima competência geral para a educação básica e ela também está contemplada em competências específicas de língua portuguesa para o ensino fundamental. Isso demonstra a relevância de estudos acerca do ensino da argumentação na educação básica brasileira (a exemplo de RIBEIRO, 2009; LIBERALLI, 2013; SOUZA, 2015; OLIVEIRA, 2016; OLIVEIRA, 2017; AQUINO, 2018; AZEVEDO; TINOCO, 2019). Nesta pesquisa documental de caráter qualitativo-interpretativista também contribuímos para essa reflexão, mas nossa perspectiva analítica se volta para uma coleção didática de língua portuguesa aprovada no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o ano de 2020. Objetivamos, de maneira geral, analisar a proposta de ensino de argumentação na coleção didática Geração Alpha Língua Portuguesa, além de mapear quais gêneros argumentativos são trabalhados nessa coleção e verificar como se articulam as práticas sociais ao ensino da argumentação na seção "Interação". Esta pesquisa é ancorada teórica e metodologicamente na concepção dialógica da linguagem (BAKHTIN [1929] 2009), nos estudos de letramento de vertente etnográfica (KLEIMAN, 1995; TINOCO, 2008), na perspectiva interacional da argumentação (GRÁCIO, 2010; PLANTIN, [1996] 2010; SANTOS; AZEVEDO, 2017) e na forma de pesquisar própria da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 1996). A análise preliminar dos quatro livros da supracitada coleção mostra que há neles uma proposta de ensino de argumentação por meio de atividades que se vinculam a situações reais e, a partir delas, são trabalhados gêneros argumentativos que aglutinam leitura, oralidade, escrita e oralização.