Banca de DEFESA: SALU COELHO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SALU COELHO DA SILVA
DATA : 15/03/2024
HORA: 09:00
LOCAL: meet.google.com/pzu-mqor-hkt
TÍTULO:

Distribuição geográfica, mudanças climáticas e conservação do rivulídeo não-anual Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009) (Cyprinodontiformes: Rivulidae) na Caatinga

 


PALAVRAS-CHAVES:

modelos de nicho ecológico, espécies ameaçadas, sistemática molecular, baixo número de ocorrências, direcionamento amostral

 


PÁGINAS: 55
RESUMO:

A família Rivulidae é o grupo de peixes de água doce mais ameaçados do Brasil. As espécies dessa família são de pequeno porte, coloridos e podem ser classificadas em dois grupos com base em suas adaptações aos corpos d’água rasos: espécies anuais de ambientes sazonais, e não-anuais em brejos ou alagados perenes. A maioria dos rivulídeos da Caatinga são anuais, com poucos representantes não-anuais. Entre estes, Anablepsoides cearensis (Costa & Vono, 2009) é o único rivulídeo não-anual endêmico do semiárido brasileiro, pertencente a um grupo primordialmente amazônico e atualmente classificada como ‘criticamente ameaçada’ em função de sua distribuição restrita, fragmentada e ameaças potenciais. Após sua descrição em um riacho raso de um fragmento florestal em São Gonçalo do Amarante no Ceará (CE), a espécie foi registrada a 77 km a oeste, levantando questionamentos sobre sua extensão de ocorrência. Contando que a distribuição da espécie fosse ampla e apenas sub-amostrada ao longo das bacias costeiras do CE, busquei uma estratégia de otimização amostral baseada em Modelos de Nicho Ecológico. Para suprir a escassez de ocorrências (n=6, e baseado na conservação filogenética de nicho, incluí espécies mais relacionadas nos modelos iniciais. Para tanto, determinei por sistemática molecular as relações de parentesco de A. cearensis como irmã de A. vieirai do Cerrado, e em um clado com A. urophthalmus (Amazônia) e A. bahianus (Mata Atlântica). A partir desse modelo inicial foram feitas duas expedições, que renderam novos registros que retroalimentaram o modelo a cada coleta. Como resultado, houve ampliação da área de distribuição de três para nove ocorrências, e de três para sete bacias hidrográficas. A identidade dos espécimes foi confirmada por distância genética com marcadores mitocondriais. Também fiz um modelo final apenas com A. cearensis e avaliei se haveria perda de adequabilidade climática no futuro considerando três cenários de mudanças climáticas. Por se tratar de um grupo originalmente adaptado a florestas úmidas, sua ocorrência parece limitada a área litorânea do CE, que é uma região com clima mais úmido e ameno. Depender desses ambientes torna a espécie mais vulnerável às mudanças climáticas, pois de acordo com as projeções até 2100 haverá uma perda de adequabilidade climática com o aquecimento. Também foram verificadas ameaças para espécie como barramentos dos riachos, poluição e espécies introduzidas como Betta splendens Regan 1910 e Heros sp. Com a observação desses impactos, novos registros, incluindo três unidades de conservação, e usando critérios da IUCN, recomendo uma reclassificação de ameaça para a categoria de ‘em perigo’.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - EUGENIA ZANDONA - UERJ
Externa à Instituição - RENATA GUIMARÃES FREDERICO - UFMG
Presidente - 1865104 - SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
Notícia cadastrada em: 05/03/2024 12:22
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