Banca de DEFESA: ANA BEATRIZ GERMANO BARROCA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA BEATRIZ GERMANO BARROCA
DATA : 29/10/2021
HORA: 09:00
LOCAL: UFRN remoto
TÍTULO:

Na Contramao Nacional: os repertorios de interacao entre Estado e movimentos feministas no Rio Grande do Norte

 


PALAVRAS-CHAVES:

Estado; movimento feminista; repertórios de interação; políticas públicas


PÁGINAS: 100
RESUMO:
 

Os estudos sobre movimentos sociais avançaram muito desde que Charles Tilly (1976)
formulou o conceito de repertório de ação. Embora sua contribuição, juntamente com Sidney
Tarrow, tenha esclarecido bastante sobre como os movimentos se relacionam com o Estado,
este conceito não se mostra suficiente para abarcar as novas rotinas existentes entre estes
dois atores. Anteriormente compreendida como uma relação apenas de oposição e conflito, os
movimentos sociais passaram a dispor de uma série de outras maneiras, institucionalizadas ou
não, de dialogar com o poder público, o que, consequentemente, contribuiu para a formulação
de diversas políticas públicas. Tendo em vista essas novas relações, Serafim, Tatagiba e Abers
formularam o conceito de repertórios de interação como uma espécie de complemento aos
escritos de Tilly e Tarrow, apresentando novas estratégias utilizadas pelos movimentos sociais
vinculados com a gestão pública. Embora não seja um fenômeno recente no Brasil, foi somente
após o início do governo Lula (2003-2010) que houve a ampliação destes repertórios. Com o
término dos governos petistas em 2016, quando Dilma Rousseff sofreu o impeachment, não
somente a gestão do executivo federal voltou-se mais à direita, como também representou o
desmonte de uma série de políticas públicas desenvolvidas até então. Foi o fim do “modo
petista” de governar. Com a eleição de Jair Bolsonaro como presidente em 2018 vimos essa
tendência se desenvolver ainda mais forte com a extinção de ministérios importantes e a clara
posição conservadora e autoritária do chefe do executivo e seus ministros, reavivando os
conflitos entre Estado e movimentos sociais progressistas. No mesmo período eleitoral, o Rio
Grande do Norte elege uma mulher, petista, como governadora, contrariando a onda
conservadora nacional. De base popular, Fátima Bezerra- PT elege-se com a promessa de
aproximar da gestão a sociedade civil e põe de volta à agenda as políticas de gênero,
negligenciadas no governo anterior. Para isso, implantou a Subsecretaria de Política para
Mulheres- SPM/RN, logo no início do mandato e em meio a uma crise de recursos. Portanto, a
presente dissertação objetiva identificar os repertórios de interação existentes entre os
movimentos feministas do Rio Grande do Norte e o governo estadual, no contexto de
implantação da Subsecretaria de Política para Mulheres a partir de 2019. Para chegar às
devidas conclusões, utilizamos os estudos brasileiros sobre o desenvolvimento de distintas e
complexas relações dos movimentos sociais e o Estado, que combinam diversidade de ações
coletivas que se intercalam em momentos de confronto e/ou cooperação, sobretudo no
contexto brasileiro pós anos 2000. Os dados foram levantados por meio da análise de
narrativas coletadas por meio de  entrevistas com atrizes-chave do subsistema das políticas de
gênero do RN, apontando para alterações nos repertórios de ação e interação das feministas e
o governo que incluem uma maior influência na formulação de políticas públicas obtidas por
meio da atuação em instituições estatais participativas, formação de lobby e a ocupação de
cargos na burocracia. Muito embora o atual governo consiga implementar o modelo petista de
participação social na gestão, nota-se também que os movimentos precisaram se reinventar e
aderir a novos canais de ativismo, como o digital, devido ao contexto da pandemia do covid-19.
 
 



MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1715135 - JOANA TEREZA VAZ DE MOURA
Interna - 1678705 - LINDIJANE DE SOUZA BENTO ALMEIDA
Externa à Instituição - OLÍVIA CRISTINA PEREZ - UFPI
Notícia cadastrada em: 15/10/2021 14:02
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