PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Teléfono/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh

Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNO BALBINO AIRES DA COSTA - (Retificação)

Uma banca de QUALIFICAÇÃO foi cadastrada pelo programa.

DISCENTE: BRUNO BALBINO AIRES DA COSTA

DATA: 23/08/2010

HORA: 10:00

LOCAL: C5

TÍTULO:

Mossoró não cabe num livro”: Luís da Câmara Cascudo e a produção historiográfica do espaço mossoroense.


PALAVRAS-CHAVES:

Historiografia; Espaço; Luís da Câmara Cascudo; Mossoró


PÁGINAS: 88

GRANDE ÁREA: Ciências Humanas

ÁREA: História

RESUMO:

O texto apresentado para a qualificação da dissertação está dividido em duas partes: introdução e o terceiro capítulo. Na primeira parte, destacamos as discussões e reflexões sobre a temática da escrita da história e o espaço, isto é, de como este é produzido pelo discurso historiográfico. A partir dessa proposta esboçamos o objeto da nossa dissertação e a problemática em torno dela. Inicialmente, apontamos como é possível pensar o espaço, a cidade de Mossoró, como um constructo das lentas e das letras da escrita cascudiana nos anos quarenta e cinquenta do século XX.  Além de estabelecer uma aproximação entre a escrita da história e o espaço e problematizar nosso objeto, mostramos a proposta dos dois capítulos que iremos escrever até a defesa da dissertação. No primeiro, analiso a aproximação de Luís da Câmara Cascudo com a temática dos espaços. Como ele constrói através de sua escrita, situada, sobretudo, nas décadas de quarenta a cinquenta, realidades sobre diversas categorias espaciais, como: a cidade, o sertão e a nação. Desta maneira, analisamos Luís da Câmara Cascudo como historiador dos espaços, mesmo que ele não tenha elencando o espaço como problema central de sua obra, seus estudos e suas narrativas sobre a questão da identidade nacional e regional, e a formação territorial da cidade, do sertão e do Brasil, o faz abordar ao longo de sua produção intelectual o próprio espaço. Ora, o que é a discussão da identidade e da formação territorial se não uma discussão da própria espacialidade? Isso nos remete a reflexão de que a produção historiográfica cascudiana já tratava sobre o espaço, mesmo que essa discussão em torno dele tenha ficado por muito tempo incandescente. Ao analisarmos Cascudo como historiador dos espaços, percorremos o momento em que ele desponta como historiador na década de trinta. Desta forma, investigamos o lugar de historiador construído por ele na referida temporalidade, bem como suas concepções de história, de passado e de documento. Além de esquadrinharmos sua função de historiador, analisamos sua escrita da história em conformidade com a produção discursiva em torno dos espaços instituídos por ele ao longo da sua escritura, dito de outra forma, como às diversas categorias espaciais, cidade, sertão e nação, presentes em seus livros, artigos e crônicas ao longo das décadas de trinta a cinquenta, foram sendo evidenciadas, selecionadas e produzidas pelas lentas e pelas letras cascudianas, tornando-o um historiador dos espaços. No segundo capítulo, abordo a relação entre Luís da Câmara Cascudo e a intelectualidade mossoroense, além da sua aproximação com a prefeitura de Mossoró no final dos anos quarenta e início da década de cinquenta. Nesse período, o poder político de Mossoró exerce um papel importante na construção historiográfica acerca dos principais eventos históricos da cidade. Com o surgimento do Boletim Bibliográfico, da Coleção Mossoroense e da Batalha da Cultura uma nova historiografia vai sendo articulada em Mossoró. Assim, abordamos o contexto em que Luís da Câmara Cascudo é convidado pelo prefeito de Mossoró, Vingt Rosado Maia, para escrever a história da cidade em 1953, se tornando, posteriormente, historiador do município. Neste capítulo, chamamos a atenção para a percepção de que a produção da história mossoroense por Cascudo foi planejada não só pelo poder público municipal, mas também pelos próprios intelectuais da cidade que evocaram constantemente a orientação e a influência do pensamento cascudiano nas suas formações intelectuais e literárias. A partir dessa realidade, analisamos como a ação conjunta da intelectualidade e da prefeitura mossoroense instituem Cascudo como historiador da cidade de Mossoró na década de cinquenta. Na última parte do texto para a qualificação apresentei o terceiro capítulo. Nele mostramos como a cidade de Mossoró foi construída pela narrativa cascudiana. Para percebermos de que maneira Cascudo instituiu textos para a Mossoró, analisamos, mais precisamente, dois livros escritos por ele: Notas e documentos para a História de Mossoró (1955) e Mossoró, região e cidade (1980). Sobre o primeiro livro, apontamos as condições de possibilidade que o fizeram emergir e como foi organizado por Luís da Câmara Cascudo. A partir da estrutura do livro de 1955 evidenciamos como certos acontecimentos históricos foram construídos e selecionados para a tessitura da história de Mossoró e como determinados sujeitos históricos foram postos como fundadores da cidade. Mostramos também como Cascudo produziu várias identidades para a cidade a partir do estudo da origem toponímica do termo Mossoró até a narração dos eventos históricos, como, por exemplo, a abolição, ao qual Câmara Cascudo deu maior ênfase e dedicou um maior volume de páginas. A partir da análise do segundo livro, nos detemos na emergência de Mossoró como uma cidade-região construída a partir dos investimentos políticos, econômicos e culturais do poder público mossoroense que através da elaboração discursiva da região Oeste, lança Mossoró como um espaço que ultrapassa os limites urbanos para se redimensionar como região. Nesse capítulo, localizamos historicamente o livro Mossoró, região e cidade (1980) para apontá-lo como parte integrante da produção discursiva em torno da região Oeste que tem como centro Mossoró. Sendo assim, indicamos como os textos cascudianos, reunidos por Vingt-un Rosado, fizeram parte da estratégia discursiva da instituição identitária da região Oeste, redimensionando a cidade de Mossoró em outro plano de espacialidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 336185 - DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
Interno - 1170781 - MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
Interno - 1280374 - RENATO AMADO PEIXOTO
Notícia cadastrada em: 17/08/2010 10:03
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa05-producao.info.ufrn.br.sigaa05-producao