Desigualdade de renda corrente no Brasil: análise a partir de decomposições do Índice de Gini com dados da PNAD Contínua (2012–2019)
Desigualdade, Decomposição, Renda, Social, Regional.
O presente trabalho visa analisar a evolução da desigualdade de renda corrente e sua decomposição para o Brasil entre 2012 e 2019. A partir das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, procurou-se avaliar a desigualdade de renda em suas distintas fontes: renda do trabalho, aposentadorias e pensões, renda oriunda da proteção social e outras fontes, e, também a partir da divisão da população em subgrupos. Os recortes analisados são: situação do domicílio e macrorregional. A dissertação faz uso de dois métodos distintos de decomposição do coeficiente de Gini: 1) Bhattacharya e Mahalanobis (1967), que permite uma decomposição do Gini nos casos em que há sobreposição das curvas de Lorenz; e 2) Zenga (2013) e Zenza e Valli (2018), que possibilita sua decomposição cruzada por fonte e por subgrupo. O objetivo é apresentar uma avaliação do comportamento da desigualdade de renda a partir das mudanças ocorridas ao longo das oscilações cíclicas da economia brasileira nesse período. Defende-se que a análise da contribuição para a desigualdade de renda corrente de cada uma de suas fontes e de cada subgrupo, além de seu efeito combinado, contribui, não apenas para o debate mais geral sobre a desigualdade no país, como fortalece as bases para um diagnóstico mais preciso dos problemas e dos desafios brasileiros no enfrentamento desse fenômeno, sob o ponto de vista das políticas públicas.